Em Canoas, tecnologia passa a facilitar atendimentos no CAPS Infantojuvenil
Relacionamento da instituição com pacientes ganhará mais fluência com artifícios como, por exemplo, videochamadas
Não é raro ver pessoas adultas com dificuldades para compreender os efeitos da pandemia do novo coronavírus frente ao estilo de vida contemporâneo. As consequências diretas, ligadas ao dia-a-dia, tornam complexo o entendimento do que está ocorrendo e do que o futuro reserva. Mas se para quem já possui o respaldo de uma maior experiência de vida não é fácil, há uma parcela da sociedade que pode ter ainda mais problemas para assimilar este momento.
São as crianças e os jovens. Com eles, a abordagem deve ser diferenciada e uma série de cuidados precisa ser levada em conta. Ainda assim, o assunto pode demandar auxílio profissional, principalmente nos casos em que este expediente já era requerido no pré-pandemia e, agora, está prejudicado. E foi pensando nesta nova realidade e na adaptação de atendimentos que a Prefeitura de Canoas disponibilizou aparelhos de celular para os profissionais do Centro de Atenção Psciossocial Infantojuvenil (CAPS IJ) Arco Íris.
A instituição, responsável pela assistência aos problemas no âmbito da saúde mental de crianças e jovens do município, costumava trabalhar com foco total em acolhimentos presenciais. Entretanto, com a imposição de medidas preventivas à covid-19, houve a necessidade de adaptar o fluxo e o volume de atendimentos. Foi neste sentido que a tecnologia, trazida por três novos celulares, modificou positivamente a rotina do CAPS IJ.
Segundo a psicóloga e coordenadora do CAPS IJ Arco Íris, Anna Lúcia Pereira, a possibilidade de estreitar a relação com os pacientes neste momento de distanciamento social é bastante positiva, tanto para profissionais quanto para quem passa pelo tratamento. “Isso qualifica bastante porque a gente consegue fazer uma videochamada com as crianças e adolescentes, e mesmo para as famílias, ter este contato visual melhora muito este momento”, explica.
Anna Lúcia conta ainda que a procura pelo local só sofreu uma redução no início da pandemia, quando as restrições do distanciamento eram maiores. Depois disso, o volume de pacientes voltou para mais próximo da normalidade, o que levou a equipe a buscar formas de atendê-los e também respeitar as medidas para evitar a disseminação do vírus. “É uma experiência nova que vem de uma necessidade em função da pandemia e, neste momento de distanciamento social, ter uma ferramenta assim, nos reaproximou. Usar destes recursos também é terapêutico”, conclui.
Segundo a vice-prefeita, Gisele Uequed, a iniciativa visa manter o vínculo dos profissionais com os jovens e dar apoio às famílias. “A pandemia está trazendo desafios enormes para todos, mas ainda mais para estes jovens, que já estão em tratamento, e seus familiares. Por isso, estamos disponibilizando ferramentas para que os profissionais possam conversar com eles durante este período, acolhendo, apoiando e mostrando que eles não estão sozinhos. A distância é física, mas o cuidado segue o mesmo”, salienta.