Por Marco Leite

Simples escolhas. Resolvi viver, ser autêntico. Durante anos olhava para o lado e sentia ciúmes das condições alheias. Me preocupava muito com a felicidade, as vitórias e o sucesso não me pertenciam. Eu não me dava este direito, faltava algo sempre. O gramado do outro era sempre melhor que o meu.

Foi no sofrimento que descobri a razão de porque o gramado do meu vizinho era melhor que o meu. Simples, é que eu vivia cuidando em ter inveja do outro e esquecia de dar mais atenção ao meu gramado.

Desde que comecei a me preocupar mais com minhas coisas, passei a viver com mais felicidade e ainda desejar isso aos outros. Passei a ter amor próprio e gostar mais de mim, aprendi a ser feliz na felicidade dos outros e não ter mais a pequenez de ter ciúmes do sucesso alheio.

Todos sem exceção merecem a felicidade e, se possível, compartilhar isso com os outros, afinal ninguém consegue ser feliz sozinho. Eu pelo menos não consigo.

Durante anos procurei a felicidade no prazer imediato das drogas, do álcool, das noitadas. Quando passei por uma recuperação do comportamento, aprendi que a felicidade não é isso. Felicidade é uma construção, uma sucessão de atos nobres que podem nos conduzir a ela.

Quando resolvi ser eu mesmo, descobri que a felicidade e o amor estão dentro de nós mesmos, e se eles aparecem atraem as pessoas. Isso se chama espiritualidade.

Mas somos seres carnais, amamos o consumismo e as coisas. Com isso, não conseguimos conviver com a felicidade. Ela desperta o ciúmes e passamos a fugir de nós mesmos, acabamos por esquecer que somos espirituais.

Quando resolvi ser eu mesmo descobri o amor e ele é lindo. O amor traz a bondade dentro de si e não tem espaço para coisas ruins. Só que o amor dá trabalho, é preciso estar sempre em construção de um alicerce forte, para ai sim poder construir castelos e ser feliz.

Eu hoje posso dizer que sou feliz, pelo simples fato que resolvi ser eu mesmo, e deixei de me preocupar com o alheio. Com isso encontrei o amor e, por fim, a felicidade.