Precipitar-se é preciso
por Marco Leite
De uns dias pra cá tenho ouvido muito sobre a palavra “precipitar-se”, no sentido de eu estar agindo com pressa ou impensadamente.
A ousadia rima com a precipitação e isso costuma chocar os acovardados e acomodados em sua estagnação. Não saem do lugar, não ousam mudar, mas estão sempre prestes a julgar a ação alheia.
Sei que às vezes erro por me precipitar e acerto por esperar o tempo. Mas também acontece ao contrário, muitas vezes acerto com a precipitação e erro por esperar demais.
Foi na precipitação que resolvi buscar ajuda para o tratamento de minha dependência química e do álcool, se tivesse parado para pensar não teria ido para a Comunidade Terapêutica Fazenda Renascer. E estaria esperando por resultados ou talvez morrido usando álcool e drogas.
Pois, então, tive a oportunidade de me precipitar e não deixei passar o trem da vida. Optei corretamente e hoje posso dizer que sou um vitorioso.
Claro que planejar as coisas é o mais correto, mas a vida é muito dinâmica e quando tomamos as decisões rapidamente estamos andando na frente.
E me salvei da doença do comportamento em decorrência de uma “precipitação”, ou seja, foi uma tomada de atitude. Uma decisão que não me arrependerei jamais.
Aprendi a viver a vida com a ousadia dos vencedores. Vejo pessoas tentando ser
melhores que as outras em uma disputa insana e não procuram melhorar para si mesmos. Isso é de uma mesquinhez assustadora.
Quando será que poderei ver as pessoas ficarem felizes com a felicidade dos outros?
Infelizmente a felicidade ainda fere a grande maioria.
Algumas pessoas não entendem que amor é gratuidade, é ousadia, é querer estar junto na felicidade do outro. E, por exemplo, quando duas pessoas resolvem fazer isso tomar uma atitude são julgadas e condenadas por sua ‘precipitação’.
Hoje, eu penso muito antes de agir. É uma das recomendações da cartilha da recuperação da doença do comportamento. Mas, podem acreditar, eu não deixo a vida passar a minha frente, eu participo dela e, se preciso, vou me precipitar sempre.
Pois precipitar-se é preciso!