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O assunto é aborto

JÉSSICA LAIS
Estudante de direito 7 semestre
Estudante de gestão Pública 4 semestre.

Quem me conhece a mais tempo sabe que sou militante quando o assunto é aborto. Tanto sou que o assunto da faculdade foi traçar o perfil das mulheres que realizaram o aborto legal em um hospital aqui de Porto Alegre e junto tracei o perfil da violência e do estuprador.
Pensei bastante em escrever sobre a MENINA/CRIANÇA de 10 anos que virou noticia nos últimos dias, mas cheguei a conclusão que devo isso a mim e a quem interessar saber ou até mesmo discutir de forma coerente sobre esse assunto.
Vou trazer alguns dados que eu encontrei na minha pesquisa (que é de 2016/2020):

  • De todas as mulheres/meninas que buscaram o serviço, cerca de 48% delas eram menores de idade, em sua maioria entre 09-13 anos;
  • Todas sofreram abusos de pessoas de vinculo familiar: PAI / IRMÃO / TIO / AVÔ ;
  • A grande maioria sofria de abusos não pontuais, dos quais ocorreram por meses e até anos (como no caso dessa menina de 10 anos do ES).

Preciso falar aqui que, na Constituição Brasileira, o aborto é legal desde 1940 em caso de estupro.

É DIREITO DE QUALQUER MULHER QUE SOFRA ESTUPRO E DEVER DO ESTADO DAR A ELA CONDIÇÕES PARA QUE O ABORTO SEJA REALIZADO.

Agora vamos aos fatos: Uma criança com 06 anos de idade começa a sofrer abusos, esses abusos duram 4 anos até que ela engravidar.
UMA CRIANÇA.
Daí pra muita gente o peso maior é a CRIANÇA abortar, não a CRIANÇA parir outra criança.
E pra essas mesmas pessoas, o estuprador estar foragido, não importa. Na verdade nada do que ocorreu importa. A saúde mental e física dessa menina, não importa. Não importa em que contexto nasceria o bebê. Não importa que tipo de vida ele teria. Apenas importa que ele precisa nascer. Sendo fruto de estupro, tendo uma mãe de 10 anos, uma família com nenhuma estrutura, sem psicológico, sem qualquer tipo de rede de apoio. Porque no fim das contas, após o nascimento, grupo NENHUM “pró vida” auxilia qualquer mulher que ganhou o filho resultante de estupro.

As mesmas pessoas que hoje levantam a bandeira que essa menina precisa aceitar ser mãe, são as mesmas que não se importam nem um pouco com os milhares de mortos pelo COVID. Ou pela vida das milhares de mulheres que morrem todos os anos vitimas de abortos clandestinos. Na verdade, eles apenas se importam em se intrometer na vida alheia e julgar.

Assim como essa menina, existem incontáveis outras meninas que estão tendo sua infância roubada, mas talvez a grande parte não engravide e ganhe notoriedade.
No fim das contas, nossa sociedade segue hipócrita e podre.
Mesmo com tantos desafios nessa pandemia, a humanidade ainda tem muito a melhorar.

Esse caso me lembrou que a luta pela qual luto por anos, ainda precisa e MUITO ser lutada.
Seguimos, porque no final das contas sempre será UMA POR TODAS E TODAS POR UMA.

PrecisamosFalarSobreAborto

Jéssica Lais

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