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Sobre açudes e Traíras…

Eleito democraticamente e com isso respeitando a vontade popular que é soberana, temos um novo governo no nosso município. E a estes no papel de cidadão, desejo sorte e sucesso. 

Com isto, devemos estar atentos aos que tanto pregam a novidade, mas na verdade moram nos porões da velha e lacaia política… Velha política esta que virou tema de debates em esquinas e botequins de Canoas, velha, de poucos novos nomes, já dizia o celebre ditado: “As mesmas pessoas nos mesmos lugares, geram os mesmos resultados” … Pois tomara que exista uma fonte escondida das águas da juventude e nossa política a beba em goles largos e que se rejuvenesça , rejuvenescer em métodos e não só por ter se elegido  novidade.  E ainda cabe frisar que não é antiga fonte da Monte Castelo que tem esta mágica água, nada mais tem ali do que um abastado aluguel. 

Mas quando falamos de fonte e de água, remete em minha mente a figura de um açude, lembranças da infância no Bairro Mato Grande, onde eles eram pra nós, fonte inesgotável de diversão, banhávamos e pescávamos, de lambaris a traíras… Bons tempos onde traíras eram apreciadas, sorte que como peixe ainda são. 

Mas existia uma frase entre nós jovens da época que era: “Em açude de Traíra, lambari vira petisco.” De autoria desconhecida, mas seguidamente falada.           

  Sobre predadores e sobre Traíras, cuidem-se, a qualquer momento elas mordem até as mãos que os alimentam, não por maldade e sim por extinto, é da sua natureza morder, atacar e predar.  

O dono do açude quando coloca Traíra pra dentro dele e seguindo as orientações de qualquer piscicultor, tem um número máximos de indivíduos para que o açude prospere, senão elas predam tudo. Óbvio que os donos do açude estão antenados nisso, por certo colocarão a ração necessária e também um bom números de lambaris para que as traíras se acalmem. Cabe lembrar sempre das espécies que pulam de um açude para o outro, geralmente causam desequilíbrio no ecossistema. 

Se bem que, sendo um açude cosmopolita, que tem de muçum a piava, de traíra a lambari, só não tenho conhecimento técnico pra saber quais as quantidades certas e se elas manterão o equilíbrio, pois tem até peixe nobre, mas infelizmente o açude tem regras e o seu sistema se mal conduzido transforma a todos em praticamente um só tipo, a proporção que definirá isso. 

Muita cautela há de ter o dono do açude e muita sorte terão possuir os lambaris, serão eles os mais perseguidos, pois são a base da cadeia alimentar deste rico ecossistema…  E muito cuidado! Dizem por ai que tem Cat fisch que está louco pra papar o Peixe rei… Sei que algum pescador vai dizer: Mas como assim, se um é de água doce e o outro de água salgada? Pois bem, olha bem a composição do açude e me diga: Que gosto tem a água?  

Acho que a disputa logo será: “Quero água salgada”, “Eu quero água doce” e o famoso: “Eu sou independente do tipo água”, mas sou do açude e sendo do açude viverei na água que tiver, afinal tenho que ajeitar meus lambaris… Quero ver qual dos peixinhos vai pular do açude, cair no rio e nadar contra corrente. Pois logo chega a piracema de novo, daí começa a desova… 

Esperamos que a quantidade de peixinhos não turve a água… lembrando que o açude muito cheio transborda. 

Sobre as Traíras, vorazes, sempre muita cautela, se eu fosse um lambari neste açude, teria cuidado. 

Rodrigo Finkler

Empresário

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