Um ano de pandemia e o poder público continua punindo quem banca a conta
Por | Jonas Dalagna
Já completamos um ano de pandemia! No início, tudo foi fechado com a desculpa de que era necessário estruturar o sistema de saúde. O que vimos? Diversas notícias sobre o superfaturamento em respiradores e hospitais de campanha, além de denúncias sobre o sobrepreço na contratação de mão de obra. E o sistema de saúde? Continuou do jeito que estava.
Em seguida, começou o período eleitoral aqui em Canoas e tivemos o mesmo de sempre: propostas vazias e planos de governo simples, que não apresentavam nada além do mesmo. Entre as principais promessas dos candidatos, era comum ouvirmos: se eu me eleger, não vou fechar mais nada na cidade! Só em Canoas, dois candidatos à prefeitura gastaram quase 3 milhões de reais de dinheiro público em aproximadamente 60 dias de campanha. Dinheiro oriundo do Fundo Eleitoral, dinheiro que saiu do bolso dos comerciantes, empreendedores e trabalhadores. Dinheiro que saiu do bolso de quem hoje mais sofre com a pandemia! Conforme estudo da UNICAMP, um leito de UTI-Covid custa aproximadamente R$ 180 mil, com estes 3 milhões de reais, poderiam ser adquiridos, pelo menos, 16 leitos de UTI-Covid!
O que vemos até o momento é a máquina pública aumentando cada vez mais, gastos públicos elevados, reposições salariais para quem já tem seu salário garantido mensalmente e o dinheiro do pagador de impostos sendo usado para bancar uma empresa de transporte ineficiente. Infelizmente, uma redução da estrutura administrativa e diminuição de cargos em confiança, com a finalidade reduzir o tamanho do rombo nas contas, não aconteceu. Canoas em 2021 vai gastar cerca de 48% da Receita Corrente Líquida apenas com pessoal. É um gasto enorme para uma estrutura ineficiente.
Enquanto isso, 554 empresas fecham na cidade, 554 famílias perdem seu sustento, 554 atividades deixam de gerar emprego e renda para Canoas. Em fevereiro a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Canoas informou que existiam 198 processos administrativos à espera de licenciamento ambiental, ou seja, 198 empresas aguardando para iniciar ou regularizar as suas atividades. Os dados sobre a quantidade de pedidos urbanísticos abertos na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (SMDUH), ainda não foram disponibilizados. No Município de Canoas, estamos fechando empresas em uma velocidade muito maior do que estamos abrindo, o que é completamente inaceitável para a cidade que ocupa a 3ª posição no PIB gaúcho.
Precisamos criar ferramentas para alavancar a economia da nossa cidade, instituir o autolicenciamento ambiental (LAC) e o licenciamento urbanístico integrado (LUI). Precisamos desburocratizar e simplificar processos. É urgente que a administração pública seja modernizada, para que os processos sejam mais ágeis, visando a geração de emprego e renda o mais rápido possível. Entretanto, a situação é crítica e tirar todos os projetos e propostas do papel tem sido um trabalho árduo e solitário. Lamentavelmente, a solução está distante de vir daqueles que muitos esperam.
Vereador de Canoas pelo Partido NOVO