O Homem do Relho
Um filme da Aldeia
Direção | Marco Leite
Roteiro | É você quem faz
Hoje teremos o lançamento, mundial e simultâneo, nos Cinemas São Luiz e Cine Rex, fundados pelas famílias Busato e Capoani, o filme que irá virar série O HOMEM DO RELHO.
Especula-se que o “lanterninha” de um dos dois cinemas será o ex-prefeito Luiz Carlos Busato, afinal os cinemas eram da família e o guri precisa trabalhar.
Mas vamos falar do O HOMEM DO RELHO, o filme conta a saga do lendário prefeito Hugo Simões Lagranha, um político honesto e que não levava desaforo para casa, era um homem resolutivo e sem papas na língua.
O herói de todos os prefeitos canoenses, Seu Lagranha é uma lenda e ao lado de Dona Derna, sua namorada, amante e esposa eterna. Alguns costumam fofocar sobre a relação dos dois (um grande amor), mas os que costumam julgar são aqueles que já tomaram refrigerante fora de casa. Então, que atirem a primeira pedra os “inocentes” de plantão.
O filme, que pode virar série, conta um pouco do jeito de nosso antigo prefeito, conhecido como o Rei do Asfalto e não era fácil colocar “piche” nas ruas em sua época, o servidor público tinha que ter o braço forte, pois o ouro negro era passado a rodo.
Desbravador, ousado e honesto; reza a lenda que ele baixava a lenha, ou o Relho, em políticos desonestos; e parece que eles não aprenderam e continuam por aí aprontando das suas. Seu Lagranha se remexe no túmulo a cada ação que vê, dizem que ele é visto pelas noites no centro, perto do Paço, com seu relho em punho querendo dar uns corretivos.
A história do Relho, alguns dizem ser fantasia e outros juram que é verdade. Mas as versões oficiais são de que, Seu Lagranha colocou o sujeito de “castigo” no corredor do Gabinete e avisou que se ele saísse do lugar ia bater nele de relho.
Nunca se soube o real motivo do corretivo, mas o rapaz (naquela época) cumpriu o castigo, não se sabe também o quanto tempo o moçoilo levou para ser liberado do famoso “castigo do relho”.
O CASO DAS ATADURAS CIRÚRGICAS
Outro caso histórico, foi uma ordem de compra de esparadrapos e ataduras (gases) para a saúde feita pelo departamento de compras da PMC, na hora de assinar Seu Lagranha achou preço muito superior. Ele mesmo foi em uma farmácia no centro e pediu a atadura igual ao pedido feito na ordem.
Constatando que o “produto” era super, mega, hiper faturado, tão comum nos dias de hoje, o Seu Lagranha foi pessoalmente ao departamento e constatou com encarregado o “erro” no preço. Aplicou o castigo e afastou quase toda a equipe, teve gente que ficou um ano inteiro batendo o “ponto” e como figura decorativa.
A explicação foi de um “erro de digitação”, mas parece não ter “colado” nem com esparadrapo super faturado. Trocaram chefes de serviço, chefe de compras, entre outros. Mas a desconfiança do erro de digitação permaneceu, será que um político de hoje faria isso? Ou é coisa de caudilho?
NOTA DO DIRETOR DO CINE ALDEIA
Essa série O HOMEM DO RELHO, é o leitor que irá fazer. Então, nos mande curiosidades sobre o Seu Lagranha e iremos construir a história de Canoas de um jeito divertido e carregado de sátira aos tempos atuais.
O POLÍTICO LAGRANHA
Nascido em Alegrete, 9 de abril de 1918, ele foi vereador (1973–1977), vice-prefeito (1956–1959) e prefeito de Canoas e deputado federal (1995–1996).
A vida política de Lagranha iniciou em 15 de novembro de 1955, quando foi eleito vice-prefeito de Canoas pela coligação PSD, PRP e PL, tendo exercido o mandato de prefeito municipal em onze oportunidades.
Foi prefeito da cidade de Canoas por quase vinte anos. Esteve à frente da prefeitura em cinco oportunidades, sendo que em duas ocasiões foi nomeado prefeito (1968–1971 e 1983–1984) e em outras três ocasiões foi eleito pelo voto direto (1964–1967, 1989–1992 e 1997–2000).
Foi também eleito deputado federal pelo PTB nas eleições de 1994, tendo recebido 71.599 votos. Exerceu o mandato de 1º de janeiro de 1995 até 31 de dezembro de 1996, quando renunciou para concorrer novamente à prefeitura de Canoas.
Hugo Simões Lagranha passou a ser o nome do Museu Histórico Municipal – inaugurado por ele mesmo em outubro de 1990 – de Canoas através da Lei 5.182 de 10 de julho de 2007, durante a administração do prefeito Marcos Ronchetti. E também dá nome a UPA do Bairro Rio Branco.
As fotos e a charge foram coletadas do Arquivo Histórico, e desenho é do talentoso chargista Valter Spiess Júnior.