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A mocinha da praça

Por | Edison Barcellos

A primeira praça construída no município de Canoas foi a Praça da Bandeira em 15 de janeiro de 1941 na gestão do primeiro prefeito nomeado Edgar Braga da Fontoura. Somente 17 anos depois no governo do prefeito eleito Sezefredo Azambuja Vieira, o município teve outras praças construídas, dentre as quais destaco a Praça Dona Mocinha.
Primeira praça construída fora do centro da cidade, contemplou a população do bairro operário, que carecia de um local público para seu lazer familiar. O bairro Niterói que iniciou seu loteamento na década de 30, tinha em seu projeto algumas áreas reservadas para praças e um hipódromo.
A praça foi projetada com um parque de recreação infantil, sendo o segundo inaugurado na cidade, o primeiro foi o da praça da Bandeira. Junto ao local também foi implantado o primeiro conjunto de quadras de vólei, basquete e futebol, estimulando assim a pratica de esportes amadoristas aprimorando as relações de sociabilidade do bairro.
A inauguração da praça ocorreu às 16 horas em um domingo no dia 27 de abril de 1958, no terreno defronte a Igreja São Paulo Apostolo, durante as comemorações da Primeira Semana Canoense realizada entre os dias 20 de abril e 1º de maio.
A origem de seu nome, passa pela homenagem dos moradores locais, a uma professora que dedicou parte de sua vida a educação de crianças carentes.
Maria da Conceição Balbueno Ferraz era o nome da educadora conhecida como Dona Mocinha. Fundadora da Escola Clemente Pinto, além da educação, promovia e incentivava a pratica de atividades esportivas, artísticas e cívicas em um terreno em frente sua escola. Natural de Dom Pedrito, nasceu em 1º de fevereiro de 1910. Era filha do militar Gabriel Alves Balbueno e da dona de casa Maria Amália Balbueno. Iniciou seus estudos na sua cidade natal e completou em Santa Maria. Diplomou-se em Porto Alegre no Conservatório de Musica.
Dona Mocinha representou o acolhimento de crianças pobres e negras, desde que chegou no bairro no final de década de 30. Logo sua fama ficou conhecida pelo seu trabalho comunitário e educativo. No seu estabelecimento de ensino recebia crianças de todas as idade, sem distinção de credo ou de cor. Todos os alunos estudavam na mesma sala, independente do seu nível escolar, cabendo à Dona Mocinha a responsabilidade de ministrar todas disciplinas do currículo, além de artesanato, esporte e música.
Morreu no dia 24 de julho de 1957, no Hospital Militar de Porto Alegre. Internada às pressas devido a uma crise de vesícula, foi submetida a duas cirurgias e não resistiu ao pós- operatório.
Em 2004, foi erguido um busto criado pelo artista plástico canoense Vinício Cassiano, em homenagem a Dona Mocinha, com as inscrições: “Prof. Maria da Conceição Balbueno Ferraz “Dona Mocinha 1910 – 1957. À emérita educadora, nossa homenagem e gratidão. Associação dos moradores do bairro Niterói.
Passados 63 anos da sua inauguração, a praça transformou-se em um ponto de referencia local, considerada como patrimônio histórico, sendo palco de inúmeras atividades culturais e frequentada por vários personagens folclóricos e memoráveis de Canoas.

*Historiador e pesquisador

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