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Opiniômetro genocida

Por | Nelsinho Metalúrgico

Há três verdades que os infectologistas do mundo todo dizem e que não podemos esquecer sobre a forma de enfrentamento a pandemia do COVID-19: 1)só a vacinação total da população pode frear a disseminação desse vírus; 2)ainda não há medicamentos suficientemente testados, que possam curar o paciente infectado pelo novo coronavírus;  3) o único remédio eficaz que está ao alcance das pessoas nos dias de hoje é o distanciamento social.


Por isso entendemos a nota da administração municipal, publicada no site oficial da prefeitura, no sábado passado, dia 24 de abril. O texto afirmava que “a retomada das aulas deve ocorrer, mas com segurança e com a vacinação de todos os trabalhadores da educação (grifo nosso). Essa mesma nota reproduz uma afirmação do prefeito Jairo Jorge, dizendo que “queria vacinar todos os trabalhadores da Educação Básica, professores e técnicos, para que possamos retomar as aula” (grifo nosso). O prefeito encerra a nota afirmando que não poderia botar a carroça na frente dos bois. Eis que, para a surpresa de alguns, a opinião do prefeito tem tanto valor como de uma nota de três reais.

Senão vejamos: durante o dia de hoje(28/04) e até o meio dia de amanhã (29/04) a população de Canoas poderá votar num tal “opiniômetro” criado pela prefeitura, em como e quando deve ser o retorno das aulas presenciais na cidade. De maneira sórdida, o prefeito joga a responsabilidade sobre tão grave decisão a uma pretensa escolha da cidadania. Fica parecendo que essa seria uma decisão banal, insignificante, como se fosse o mesmo que votar por um feriado facultativo ou não.
Com esse “opiniômetro” o prefeito quer que as pessoas definam sobre o retorno as aulas presenciais sem ao menos tornar público que mais de 40 mil canoenses foram infectados pela COVID-19, portanto 12,5% da nossa população. Sem tornar público que mais de 1200 pessoas morreram vítimas do Coronavírus, fazendo Canoas ser a cidade gaúcha onde mais pessoas morreram por conta da pandemia, depois da capital, Porto Alegre. O prefeito também não atualizou o dado de que as UTIs estão com ocupação altíssima (78%) e os hospitais ainda não saíram da situação de alerta máximo; além de que os profissionais da saúde estão todos em estado de esgotamento físico e psicológico.
Tudo isso, sem falar na falta de vacinas que são insuficientes até para imunizar as pessoas dos grupos prioritários, que dirá para vacinar todos os trabalhadores da Educação.
O que, ou quem fez o prefeito mudar de opinião, ou abster-se dela?


O retorno das aulas presenciais sem a vacinação de todos os profissionais da educação, coloca em risco a saúde e a vida das crianças, de seus pais, tios, avós, como também a saúde e a vida dos educadores e educadoras, dos agentes de segurança, das trabalhadoras da limpeza, das cozinheiras, enfim de toda a comunidade escolar.
Por isso essa tentativa de transferir responsabilidades, levada a cabo pelo prefeito de Canoas, beira a irresponsabilidade e a covardia. Aliás, é por atitudes irresponsáveis e criminosas como essas, que o atual presidente da República é chamado mundialmente de GENOCIDA.

Ex-deputado estadual, metalúrgico e economista

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