Volta às aulas: quanta hipocrisia a minha, terceirizando a responsabilidade
Por | Marco Leite
Vou começar meu artigo “opiniômetro” voltando no tempo, imaginem se eu estivesse indo votar para Prefeito da cidade, mas não havia decidido meu voto. Pois, eu queria um líder que tomasse as decisões para resolver as questões da Aldeia, mas eu não sabia, ou pior, não queria me comprometer e nem me responsabilizar pelos rumos de minha cidade, então resolvi terceirizar meu voto para os outros. Realmente deixei de comprometer, e o que vai acontecer daí em diante não seria culpa minha, pois não fui eu que votei.
QUANTA HIPOCRISIA A MINHA, TERCEIRIZANDO A RESPONSABILIDADE.
Agora o Alcaide eleito, está procedendo como eu passando a responsabilidade de uma decisão que não depende de opiniões, depende de laudos técnicos, científicos, estudo de números e censos sobre a pandemia, para o retorno das aulas.
Mas ele está jogando essa decisão para mim, que não entendo bulhufas nenhuma de retorno às aulas. Eu posso ser contra ou a favor, mas será mera vontade visto que me falta conhecimento para tal decisão.
Essas coisas, não são brincadeiras de criança, um líder deve se posicionar e não escapar das críticas, decisões populistas podem causar muitas mortes. Para ficar bem com a população eu decido que ele decide, não é bem assim Prefeito!
O nosso voto não é terceirizado, e o senhor não pode terceirizar suas responsabilidades. E é o que está acontecendo, a população não tem os dados e conhecimento técnico para decidir algo tão sério. Fugir do problema é para os fracos. Há um líder cabe decidir, se vai ser bom ou ruim só o tempo dirá, mas o nosso voto foi para o senhor tomar decisões e não passar de volta para nós, nós confiamos em sua capacidade e agora o senhor terceiriza decisões.
OPINIÔMETRO
Bom mas a decisão já esta tomada, ou terceirizada, hoje ao meio-dia começa o opiniômetro e a população vai decidir sobre algo tão delicado e técnico, a volta às aulas.
Você vai acessar a página da Prefeitura de Canoas nesse link:
E irá responder uma enquete, com as seguintes perguntas:
Ao entrar em bandeira vermelha, as escolas podem adotar o sistema presencial na educação infantil e também nos 1º e 2º anos das séries iniciais. Na sua opinião, em Canoas as aulas presenciais nas escolas municipais devem ser retomadas:
1 – Após a vacinação dos professores e trabalhadores da educação
2 – Antes da vacinação dos professores e trabalhadores na educação
TERCEIRIZAÇÃO
O Prefeito de Canoas, que antes dizia que as aulas só voltariam com os profissionais da educação vacinados, está agora jogando nas mãos da população uma decisão tão importante conforme sua declaração:
“Quando temos que tomar uma decisão importante, nós queremos saber a opinião da população. E eu vou seguir aquilo que a população decidir.”
O Sindicato dos Professores de Canoas, Sinprocan, está avisando em suas redes que poderá entrar em greve se a decisão for pela volta às aulas. O presidente do Sindicado, Júlio Cézar Santos já declarou:
“Aprovamos em assembleia o estado de greve se houver retorno sem vacina.”
E assim, passaremos 24 horas votando em nosso BBB de volta às aulas, onde o prefeito colocou todos nós no paredão, fugiu da responsabilidade de um líder.
Nesse ponto o Governador do Estado deve ser elogiado, não por ele estar certo, mas por ter dado a cara a tapa e não fugindo da opinião pública. Primeiro o Governador traçou um plano de retorno do ensino e não deixou de tomar decisões, muito menos passar a responsabilidade para terceiros tomarem.
Ops! Passou sim, passou para os Prefeitos e alguns, mais espertalhões, terceirizaram para a população.
Triste isso!
O quadro é literalmente “da dor”, em nosso País. O Presidente ignora ou agrava a crise, o governador focado em 2022, resolve dar um cavalo de pau na estratégia de combate à pandemia no RS e inclusive “deve cair do cavalo”, e para a desgraça geral, joga no colo dos prefeitos a decisão e a crise sobre retorno ou não das aulas. Alguns prefeitos, que se acham mais espertos, jogam no colo de pais, mães, alunos e inclusive de que não tem filhos, não estuda e não sabe nem onde fica a escola, que é o nosso casa, aqui na Aldeia.