*Por Beatriz F.C. Ritter

Nesse período todo que estamos vivendo em pandemia, acompanhamos o debate que polariza a opinião pública a respeito do ensino EAD, a importância da volta às aulas ou da preservação da vida (pois as duas coisas não se encontram). Apesar de todos os desafios de nos mantermos vivos até o final dessa pandemia, o ensino presencial ainda é o melhor meio para crianças e jovens se desenvolverem enquanto pessoas, é na escola que acontece a socialização, o ensino aprendizagem, a troca de saberes e a alimentação adequada, faltante em tantos lares nos dias de hoje.
A pandemia nos mostrou e mostra cada vez mais o abismo social que vivemos no nosso país, desde março de 2020, quando foram suspensas as aulas presenciais e que a retomada via virtual não contemplou boa parte da população. Se formos na vila mais próxima, na periferia das nossas cidades, conversaremos com muitas crianças e famílias que estão sem acesso à educação formal por falta de equipamentos adequados e internet de qualidade, item básico e que em muitas cidades do mundo o acesso é gratuito, sem falar na velocidade.
O governo do estado bem como muitos governos municipais não foram capazes de planejar qualquer proposta de acessibilidade a essas crianças para o ensino formal virtual. A retomada das aulas presenciais tão pouco é a melhor possibilidade que temos nesse momento, deixando os profissionais da educação e das escolas com grandes chances de infecção, expostos a esse vírus que nos próximos dias fará a vítima de número 500 mil no nosso país.
Os desafios da educação, anteriores à pandemia, já eram enormes, já havia um grande sucateamento das escolas, uma desvalorização da categoria do magistério e funcionários, sem contar a falta de investimento federal e estadual em ciência, tecnologia e demais áreas responsáveis pela educação, e ainda não esquecemos das escolas que foram fechadas no nosso Estado.
Nosso desafio em defesa da vida nesse momento e em defesa do ensino de qualidade e presencial depois da pandemia é o que nos move a seguir lutando por um magistério unido e forte. A escola é o ambiente socializador de uma comunidade, é nela que acontece a troca de saberes e de experiências de vida e por ela lutaremos até o fim.
Enfim, a pandemia está nos mostrando a importância do ensino presencial.

*Professora Estadual Aposentada, atualmente Terapeuta Holística e Candidata à Diretora Geral, da chapa 3, MUDA CPERS, para o 20º núcleo do Cpers Sindicato (abrange os municípios de Canoas, Esteio, Sapucaia, Triunfo e Nova Sta Rita)