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O RIO GRANDE DO SUL CHORA A MORTE DE BERENICE AZAMBUJA

O velho não deixou de gostar, aliás, gostou tanto que levou Berenice da Conceição Azambuja, cantora, compositora e instrumentista brasileira de música nativista gaúcha. Seu maior sucesso é a canção É Disto Que o Velho Gosta.

Que Deus te receba com churrasco e bom chimarrão.A cantora tinha vencido o Covid-19 em 5 de abril, onde saiu do hospital cantando e tocando sua gaita.

Benerice Azambuja tinha 69 anos. Segundo a amiga Ana Paula Bolsonelo Costa, Berenice lutava contra um câncer no pâncreas e morreu vítima de uma parada cardíaca no hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo. “Ela lutou até não aguentar mais”, diz Ana.
Com 17 discos gravados, dos quais três de ouro, Berenice é autora de sucessos como “É disso que o velho gosta” e deixa o filho Rodrigo.
O velório deve ser em Vila Lângaro, com enterro previsto para as 17 horas desta sexta-feira.

BIOGRAFIA

Berenice Azambuja nasceu em 21 de março de 1952 no bairro Partenon em Porto Alegre, filha de Pedro Paulo de Azambuja e Ernestina da Conceição Azambuja. Cresceu no meio artístico (o pai era violinista e a mãe artista circense) e com uma tia próxima aprendeu a tocar acordeão ainda criança. Aos 7 anos ganhou sua primeira acordeona e entrou no conservatório de música, se formando aos 11 anos em teoria e solfejo. Foi aos 11 anos de idade que se apresentou no programa infantil “Clube do Guri”, acompanhando no acordeão a cantora Elis Regina, na época também criança. Com 12 anos se formou em acordeão, com 14 fez curso de aperfeiçoamento e, aos 15, curso superior de música. Quando ia entrar para o curso de maestrina parou devido as viagens junto com os conjuntos de baile, onde se apresentava como menina prodígio que cantava e tocava.

Foi na sua juventude que ela adotou o chiripá, típico traje masculino gaúcho, para se apresentar. Usar vestido de prenda dificultava os movimentos com o acordeão, além de que esta era desconfortável, com sua saia de armação e exigindo o uso de salto alto. Assim, a mãe de Berenice fez um chiripá para mulher, onde os bordados eram voltados para a frente em vez de para trás, como é no chiripá masculino tradicional, parecendo uma sainha. Atualmente a peça adaptada é amplamente difundida entre as mulheres que frequentam o meio tradicionalista, assim como outros elementos que foram estilizados para atenderem ao público feminino, como a bombacha, o cinto e o lenço.

Além de tocar em conjuntos de música regionalista Berenice durante um tempo participou de um grupo de jovem guarda chamado As Brasas, As Carecas, junto com a cantora Yoli Planagumá. Esse grupo era formado só por mulheres jovens e todas as integrantes, excetuando ela, haviam raspado a cabeça. Durante a apresentação elas usavam perucas e no ponto alto da apresentação rapazes da platéia eram chamados para tirar as perucas exibindo assim as carecas das cantoras. Berenice encerrava o show com o seu acordeão vestida de gaúcho.

Em 1975 aos 23 anos grava Fogo de Chão, seu primeiro disco acompanhada do grupo Os Açorianos. Durante a mixagem desse ela assinou o contrato com a gravadora Continental para gravar o primeiro disco solo, Gauchinha Faceira, em 1976. Em 1980 lança o disco Romance de Terra e Pampa com o seu grande sucesso “É disto que o velho gosta”, composta junto com Gildo Campos em homenagem ao seu pai. Esse sucesso foi um marco em sua carreira, projetando ela nacionalmente. A música foi regravada em 1985, por Sérgio Reis, e em 1996, por Chitãozinho & Xororó.

Residia em Santa Maria desde 2019, na localidade Capela Lângaro.

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