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Genro não é parente, é agregado

Por | Marco Leite

Conforme vínhamos alertando, mais um jogo de cena acaba de acontecer em nosso caótico sistema de transportes. Na brincadeirinha entre Governo do Estado e Município, onde os personagens centrais são os mesmos. A empresa, que detém o monopólio do transporte de passageiros na região de Canoas e Metropolitana, o ex-prefeito e o atual de nosso município.

Ontem um dos novos capítulos da novela A Usurpadora teve mais uma cena trágica, a Vicasa parou de circular e deixou alguns passageiros a pé hoje, e pior, deixou seus empregados sem dinheiro e provavelmente desempregados.  Até julho de 2020 a empresa mantinha em seus quadros em torno de 400. A partir de julho de 2020, houve mais de 200 demissões. Até ontem ainda restavam cerca de 100 trabalhadores em seu quadro funcional e que estão há mais de 60 dias com atraso no salário e benefícios, como cesta básico e vale alimentação.

Em uma reunião ontem a Vicasa comunicou que não tem como honrar os pagamentos dos salários em atraso e os benefícios dos trabalhadores e hoje a empresa parou de circular no transporte metropolitano. A substituta é a Rápido (Transcal), que já estava circulando em parte das linhas da Vicasa. Cabe aqui salientar que a Transcal é a família Biazus, e dirigida por Alexandre Biazus, filho de Osório Biazus que é dono da Vicasa.

Na brincadeira dos poderes, uma empresa doente quebra, e a outra sadia assume. A que quebrou não honra suas dívidas e a sadia passar a atuar. Simples, um golpe na população, nos passageiros, fornecedores e nos empregados.

Ficam as dívidas na empresa ruim e o faturamento na saudável. Com a “saudável” Transcal, aumentando o percurso, aumenta o faturamento, a movimentação financeira e oxigenam o caixa. Para os funcionários resta cachimbar formiga e ir à justiça para receber seus direitos, coisa que vai demorar visto que a empresa quebrou.

SOGAL

Na briga, ou brincadeira, de empresas de ônibus está a Sogal, outra que não está sadia e é gerida pelo genro do senhor Biazus. Uma empresa que também está a caminho da falência e que os espertos donos colocaram o “patinho” feio do genro como testa de ferro. O guri, que não é bobo de nada, sabe que não tem o apoio dos cunhados e sogro, está tratando de garantir seu futuro. Pois afinal, Genro não é parente, é agregado. Para isso investiu em outra empresa, também na região metropolitana. Uma empresa “sadia” que poderá a qualquer momento estar substituindo a empresa doente, no caso a Sogal.

O genro entende que, como a “Casa é grande”, deve ter lugar ao sol para todo mundo. Nesses novos capítulos da Usurpadora, poderemos ter uma guerrinha familiar pelo poder de um monopólio falido. Já vamos avisando, os próximos a ficarem desempregados serão os funcionários da Sogal, os salários, acordos e benefícios já não estão sendo cumpridos pela empresa, logo ali na frente será o anúncio de que não poderão mais honrar com eles.

O SUSTENTO DA MASSA FALIDA

Muito mais que sustentar a Sogal, o governo municipal já colocou R$ 3, 795 milhões na empresa e em nada resolveu a situação está um grande plano de emplacar o Trensurb Aéreo como solução. Talvez na “brincadeirinha de empresas de ônibus”, a grande ideia seja mesmo quebrar o transporte na região e surgir com uma solução mirabolante do Trensurb Aéreo. Todos sabem da obsessão do Alcaide por emplacar esse tipo de transporte na cidade.

Enquanto eles brincam, a gente se “ferrorama” nas maracutaias políticas de dois adversários que não param de brincar com o  Gauchinha e o Romeu e Julieta.

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