Por | Marco Leite

…acordei cedo, perdi meus óculos, fiquei vagueando, perambulando, zanzando, quase que o rancor tomou conta de mim. Quando não acho meus óculos fico rancoroso, pois aí não consigo enxergar os problemas ao meu redor e deixo passar algumas coisas.

Aqui em minha casa de fantasia têm anões que se acham o gigante que sonham ser, eu sou só o anão dos meus temores.

Como Dom Quixote sou um blogueiro a vagar pelas ruas esburacadas, de ver o largo da Inconfidência abandonado e com promessas que seria arrumado, vejo um centro abandonado e com flores que secam vendo o descaso público. Esses são só alguns dos problemas que um olho cego consegue ver.

Mas um cego desenvolve várias outras habilidades, e o que ele não vê, ele ouve, observa secretários e diretores em redes sociais a falar bobagens em horas de trabalho. Estivessem trabalhando, não teríamos tantos problemas na cidade.

Mas enfim, eu perdi as duas eleições porque não concorri, portanto não fracassei nas urnas e não precisei pedir bexiga para governante nenhum.  A soberania do voto não me julgou e, portanto não passei a vergonha de não me eleger por um discurso vazio e sem propósito que não fosse o de me encostar no poder vencedor.

Vivo de minha profissão e de meu trabalho, ganho pouco, mas tenho a alegria de ser um vagabundo e fazer de minha vagabundagem um ócio criativo. Claro que não agrado e não recebo “likes” de todos, só da oposição, mas todos lêem. Se não lessem não mandavam recados sem fundamento, do alto de sua pequenez.

Não tenho sentimentos de raiva, ressentimento ou rancor, só não escrevo para agradar políticos, se trabalharem bem serão elogiados, se não, criticados. Simples assim.

Ufffffffaaaaaaa, achei meus óculos, se tiver algo errado à culpa é do “blogueiro” que com Um olho cego vagueia procurando por um…

Chuveirinho, chaveirinho!

Lá garantia é da Corsan, aquela que deixa faltar água diariamente em Canoas, da Estância ao Paquetá!