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Memorioso Calçadão de Canoas

*Por Edison Barcellos

Uma obra pioneira no estado do Rio Grande do Sul, moderna e arrojada para o seu tempo, está completando 47 anos no dia 10 de agosto.

O Calçadão de Canoas, como é conhecido o trecho da Rua Tiradentes, entre a Avenida Victor Barreto e a Rua 15 de Janeiro no centro do município, foi inaugurada em 1974, na gestão do prefeito nomeado Major Geraldo Gilberto Ludwig, um ano após ter assumido, inspirado na Rua das Flores em Curitiba, primeiro calçadão do Brasil em 1972.

Com seu lema de “ Humanizar a Cidade”, o prefeito canoense, buscou assessoria com o prefeito curitibano Jaime Lerner, ao qual repassou sua experiência e planejamento na obra citada, e não perdendo tempo, deu inicio de imediato na construção da via, que ficaria reservada para o comércio e pedestres.

Primeiro do gênero no estado, juntamente com os arquitetos Rogério Gutteres e Claudio Mann, Ludwig iniciou as obras em um final de semana e em seis meses entregou um dos principais cartões de visitas da cidade, com um gasto de 547 mil cruzeiros, realizada pela Construtora Foppa Ltda.

O trecho que já havia chamado-se Rua João Pessoa, teve na gestão do prefeito Dr. Sezefredo Azambuja Vieira em 1958, em uma intervenção política, seu nome trocado, para o nome do mártir da independência do Brasil.

Nos 180 metros de extensão da via foram dispostos 10 quiosques de armação de ferro e coberturas coloridas de acrílicos, predominando o vermelho, o azul e o lilás,  além de vários jardins e dois pés de Ipês roxos. Foram pavimentados com lajotas de concreto, simetricamente colocadas, sendo mantido a cor natural desse material. A iluminação era realizada através de globos suspensos por postes de ferro, cada um com três globos. Completavam o cenário, os bancos de concretos e de madeiras e nas extremidades a instalação de serviços telefônicos .

Os festejos de inauguração iniciaram às 17 horas de um sábado e contou com a apresentação de corais, grupos folclóricos, e conjuntos musicais, dentre eles, o “ Bossas-falto Show com seu ”Carimbó do Calçadão”. Às 18 horas o  prefeito pronunciou seu discurso e em seguida as luzes fora acessas.

A partir de sua  inauguração, o local transformou-se em um espaço comercial e cultural, com um significativo transito de pessoas, disputadas pelas lojas, ambulantes e galerias. Palco de feiras de artesanatos, de livros, apresentações artísticas, lançamentos de operações, manifestações políticos, sindicais e estudantis, desfiles cívicos entre outros.

Sua estrutura modificou-se com o passar do tempo, assim como o comércio existente com suas mais variadas tendências, a Rua 15 de Janeiro agregou-se com uma calçada mais ampliada, a estação do metro lhe deu um braço de sua passarela de acesso, algumas galerias lhe abriram as portas e o poder público lhe deu uma esquina democrática. Hoje o seu comércio disputa lugar com os shopping centers, mas certamente tem em sua passagem uma das mais transitadas da cidade. Parte do roteiro do centro histórico de Canoas tem nos dias de hoje, assim como outros espaços públicos, uma carência por uma manutenção em sua estrutura, e uma nostalgia com a sua condição arquitetônica de origem, de certo, pôde-se afirmar o lema de Ludwig, pelo Calçadão de Canoas desfilaram e desfilam povos do mudo inteiro.

*Historiador e pesquisador

MAS NÃO TEMOS MUITO QUE COMEMORAR. O DESCASO PÚBLICO É GRITANTE E O CENTRO PEDE SOCORRO,

VEJAM ALGUMAS MATÉRIAS PUBLICADAS E ONDE NADA FOI FEITO.

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