O Gado Velho e o Bezerro Mamão Produtor de Conteúdo
Por | Marco Leite
Dia 07 de setembro, dia da Pátria, acordei cedo fiz um café e degustei com algumas bolachas d’água. Queria falar um pouco dos meus sonhos, estamos em tempo de Expointer na Aldeia do lado. Eu queria me modernizar, visto que sou gado velho, forjado nas agruras do tempo em que se produzia a notícia em linotipia na Gráfica Bomfim, que ficava na General Salustiano com a Sete Povos. Tempos bons, onde éramos liderados pelo maior jornalista de Canoas, Antônio Canabarro Tróis, o Tonito, um homem sem dobradiças nas costas para qualquer mandatário que tenha passado pelo Paço Municipal, aliás, ele não gostava do imperador, talvez por isso não tenha tido o devido reconhecimento na ocasião de sua morte. Mas não se pode esperar muito mesmo de quem só vive de elogios, de agrados e de uma mídia que só fala bem com a devida contribuição. Quando isso não acontece, e a verdade vem à tona, é ódio sendo destilado contra um benfeitor sem defeito e senhor de todas as ações, vejam as promessas de campanha e tirem suas conclusões.
Mas nosso sonho de Dinossauro Linotipista é ser um produtor de conteúdo, mas não um Bezerro Desmamado que acha que sabe tudo (como falei estamos em tempo de Expointer).
Imaginem com minha experiência eu ser um produtor de conteúdo? Desenvolver textos e informativos para serem divulgados em site, blogs, redes sociais, e-books, dentre tantas outras plataformas que surgem da noite para o dia. Eu queria ter o poder de um produtor de conteúdo, pesquisar tendências para produzir pérolas de uma boa redação, poder redigir releases e principalmente sugerir pautas.
Mas não. Sou um gado velho, um dinossauro linotipista, não evolui como o bezerro mamão produtor de texto. Bem feito pra mim, que aprendi com ódio a montar textos ao contrário em placas de chumbo, talvez por isso o bezerro mamão não os entenda, pra ele a crítica é ódio, a verdade é raiva e mostrar os erros é rancor.
Não, querido Bezerro Mamão Produtor de Conteúdo, ser um jornalista de verdade não é agradar ninguém, nosso compromisso principal é relatar os fatos, desde que eles sejam verdadeiros, não fomos nós, o gado velho, que prometemos 400 mil vacinas e ser a primeira cidade do Brasil a vacinar toda a população, mesmo sabendo que não teríamos esse poder. Não somos nós que em prol de mídia vivemos promovendo ajuntamentos em praças públicas. Não somos nós que gastamos milhões em supérfluo e periféricos, que em nada surte o efeito concreto de uma solução.
Então é isso, acordei sendo o que sou. Um brasileiro de coragem e sem papas na língua, não dependo de emprego público, tenho um legado de quase 40 anos na imprensa de Canoas e sem nada que me desabone, passei por alguns prefeitos, mas eles passarão e eu passarinho.
Ops, sem passarinho, sou um gado velho, meu caro Bezerro Mamão Produtor de Conteúdo.