Trabalhadores, Sogal e Prefeitura um círculo vicioso sem soluções
Por | Marco Leite
Conforme sempre falamos, o círculo vicioso entre Sogal, Trabalhadores e Prefeitura Municipal de Canoas começa e se formar novamente. Agora temos a “novidade”, que o Senado Federal aprovou projete de ajutório para o Transporte Coletivo do País e Canoas será contemplada com algo entorno R$ 10 milhões por ano para o Transporte. É um dinheiro bem-vindo, desde que bem aplicado. Vale lembrar que em pouco mais de um ano o governo municipal já repassou quase R$ 8 milhões para Sogal e nada foi resolvido.
Os coletivos continuam parando pelo caminho e estragando, os acordos com funcionários e ex-funcionários nunca é cumprido. Se esse círculo vicioso continuar, podem derramar trilhões e nada vai ser resolvido.
OS TRABALHADORES
No último dia 15 de fevereiro de 2022, os trabalhadores da Sogal estiveram reunidos, nos turnos da manhã e da tarde, na Sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Canoas em assembleia que tratou de reajustes salariais e demais reivindicações da categoria.
Na pauta os trabalhadores buscam corrigir, em parte, as perdas que sofreram nos salários e nos demais benefícios, uma vez que não foram reajustados nas últimas duas datas-bases.
Levando-se em consideração a ausência de reajuste salarial há quase 3 (três) anos (desde junho de 2019), aprovou-se por unanimidade a proposta de reajuste no percentual de 14% (quatorze por cento) sobre os salários e demais cláusulas econômicas.
Também foi discutido o vale refeição, benefício previsto na Convenção Coletiva de Trabalho – CCT, a proposta é de 16% (dezesseis por cento) passando para o valor de R$ 28,90 (vinte e oito reais com noventa centavos) por dia de trabalho, além do acréscimo de mais 1 (um) vale refeição nos casos em que o trabalhador realiza dupla jornada (dobra).
Os motoristas buscam ainda a implementação da gratificação pelo desempenho da dupla função em 22% (vinte e dois por cento), uma vez que, com a retirada parcial de cobradores, além de dirigir, está sendo atribuída toda as funções do cobrador aos motoristas. Como, cobrar passagens, subir e descer cadeirantes, acerto de caixa, preenchimento de guias, responsabilidade pelos valores arrecadados na viagem, entre outros.
Foram discutidos, ainda, assuntos referentes às férias dos trabalhadores, vez que muitos estão com mais de 2 ou 3 férias vencidas, e muitos já gozaram férias e até o presente momento não receberam o seu pagamento.
Reivindicam os trabalhadores o início das negociações entre Sindicatos e empresa Sogal, pois a situação está se tornando insustentável sem reajuste salarial, desempenhando dupla função sem a gratificação devida e sem o gozo de férias.
O QUE IRÁ ACONTECER?
O problema está posto, os trabalhadores reivindicam aumentos e direitos que não devem ser aceitos. A empresa não cumpre o que acorda com os funcionários. E a Prefeitura financia.
Cada vez que o dinheiro acaba, uma crise é provocada, parece jogada ensaiada. Uma panela de pressão, sempre cozinhando e enrolando a população.
Não é o colunista que fala, vá você as ruas, veja com seus próprios olhos, diariamente tem carros estragados parados, ou guinchados, nas vias da cidade.
É hora de dar um basta nisso, que bom que venham os R$ 10 milhões, mas que tenha um bom uso, e traga soluções para todos. Principalmente para o usuário do transporte, ele paga caro por um mau serviço.
Com a palavra as autoridades, aquelas que prometeram uma licitação dos tais “amarelinhos”, inclusive chamaram a grande imprensa e fez um alarde para boi dormir. Era para 90 dias, mas já se passaram muito mais dias e todo mundo caladinho em ar condicionado, enquanto o passageiro ferve nos quase 50º graus de calor dentro de um coletivo, isso quando ele passa na parada e não estraga antes de chegar.