Greve é um pedido de socorro e alerta para o fim do Instituto Federal em Canoas
Por | Marco Leite
Hoje, pela manhã, o Comitê de Greve do IFRS Canoas esteve na Câmara de Vereadores de Canoas para falar sobre a grande mobilização nacional que profissionais da educação e estudantes farão na próxima quinta-feira, dia 9.
Amanhã, quarta-feira (08), às 14 horas o ato será Projeção e Debate sobre o filme “Abraço”, após às 16h30min os manifestantes darão um abraço simbólico ao Campus de Canoas.
Já na quinta-feira (09), às 15 horas, será promovido o Dia de Luta dos Estudantes em Defesa da Educação Pública. Com concentração no Campus Porto Alegre e seguido de caminhada. Na sexta-feira (10), às 14 horas, acontecerá uma assembleia de servidores do Instituto.
Por que os servidores do IFRS-Canoas estão em Greve?
O Instituto Federal Campus Canoas, ao longo de seus doze anos de existência, tem contribuído para o desenvolvimento econômico e social de Canoas e transformado as vidas de seus estudantes com a oferta de educação de qualidade. O Instituto é reconhecido por sua qualidade em ensino, mas desde 2016 foi acelerado o desmonte em sua qualidade e excelência na área de educação. A famosa “lei do teto de gastos” congelou por 20 anos os investimentos nos setores sociais, como educação e saúde.
Sem mudanças neste quadro, existe um sério risco do IFRS-Canoas não conseguir manter suas atividades até o final do ano letivo. A entidade teve um aumento expressivo no número de estudantes matriculados e uma diminuição dos recursos orçamentários.
Com isso a perda da qualidade de atividades diretamente ligadas aos estudantes, como a merenda escolar, cujo o recurso previsto é o menor desde 2017, excetuando-se os anos de pandemia, e as bolsas de auxílio – que, em relação a 2018, tiveram os valores diminuídos entre 29,5% e 58,6%, conforme os grupos de renda. (veja gráfico acima)
O QUE REINVINDICÃO OS SERVIDORES
1 – Revogação da emenda constitucional 95/2016. A Lei do Teto de gastos
Entre 2019 e 2021, a execução do orçamento federal da educação diminuiu R$ 8 bilhões em termos reais. Para 2022, o valor autorizado para educação é de R$ 6,2 milhões, menor que a verba de 2021
2 – Reajuste salarial para os servidores dos IFs
Em documento entregue ao Ministério da Economia, em 18 de janeiro de 2022, os sindicatos dos servidores federais solicitaram 19,9% de aumento, mas somente durante o atual governo a perda salarial já superou 23%.
3 – Contra a PEC 32, a chamada Reforma Administrativa do Estado
A Reforma amplia a terceirização, abre caminho para a privatização dos serviços de saúde, educação e assistência social, entre outros. Aumentem, em muito, os famosos cargos de confiança em detrimento dos servidores efetivos.
Apesar da escalada inflacionária galopante que estamos enfrentando, os funcionários dos Institutos Federias não recebem reajuste salarial desde 2015.