Médicos Pediatras da Unidade de Pronto Atendimento 24hrs Rio Branco / Hugo Simões Lagranha em Canoas, enviaram carta de demissão coletiva da unidade de saúde em Canoas.

VEJAM A CARTA DE DEMISSÃO

Prezado Sr. secretário municipal de saúde, Administração de BIOGESP , Ana Paula Thiesen Leindecker, coordenadora da escala de plantões da UPA Hugo Simões Lagranha (UPA Rio Branco), em Canoas – RS Prefeitura Municipal de Canoas , Conselho regional de Medicina do Rio grande do Sul,

Sindicato Médicos Regional do Rio Grande de Sul , Considerando a grave situação da saúde pública no município de Canoas – Rio Grande do Sul, em especial na assistência às crianças , com falta de profissionais e de retaguarda (Hospital referência) para as unidades de pronto atendimento (UPAs), colocando em risco pediatras e pacientes;

Considerando que nossas solicitações prévias não foram ouvidas mantendo-nos sobrecarregados com a crescente demanda ;

Considerando a piora progressiva das condições de trabalho sem a devida segurança de retaguarda da Emergência Pediátrica do HU da ULBRA, ocasionando na chegada de pacientes em estado grave pela sala vermelha da UPA trazidos pelo SAMU, assim como transferências solicitadas pelo HPSC e Nova Santa Rita, uma vez que a Emergência Pediátrica do HU não funciona mais como deveria;

Considerando a superlotação do espaço físico (sala de observação), muitas vezes sem parede com saídas de oxigênio disponíveis, em pleno início do inverno. Simultaneamente do outro lado, na recepção, temos uma demanda de pacientes para serem atendidos cada vez maior e somos apenas dois pediatras para tudo (sala vermelha, reavaliar pacientes em observação, cobrar resultado de exames, aceitar e solicitar transferências, além de atender toda a demanda de pronto-atendimento). É humanamente inviável! Ademais, também já foi solicitado várias vezes que os pacientes a partir de 13 anos de idade fossem atendidos pelos clínicos e esta nossa reivindicação sequer foi atendida;

Considerando que a UPA RIO BRANCO não possui estrutura de complexidade maior, visto que trata-se de complexidade intermediária entre as unidades de saúde e as portas de urgências hospitalares, devendo ser os pacientes em estado grave encaminhados ao hospital, o que não está sendo disponibilizado no momento;

Considerando as responsabilidades do médico, ética, civil e criminal , pessoais e intransferíveis, não nos resta outra alternativa senão solicitar a demissão coletiva da escala pediátrica da UPA Hugo Simões Lagranha.

Canoas, 08 de junho de 2022