Faixa de Gaza Canoense, não existe obra de demolição, o que ocorre são saques a céu aberto
Por | Marco Leite
Vocês podem cercar, contratar de novo vigia, fazerem o que quiserem, mas nós vamos continuar entrando aqui até levarmos o último prego ou parafuso que nos interesse, isso foi o que disse um dos saqueadores em tom amaeçativo para os proprietários, brigada militar e seguranças do terreno.
Ontem após nossa matéria “Faixa de Gaza Canoense e a irresponsabilidade pública”, fomos procurados pela administração do terreno onde existia a Cautol/Metrovel. Fomos informados, que não existe nenhuma obra de demolição no local, na BR-116 e Victor Barreto, o que está ocorrendo são saques a céu aberto e aos olhos de todos, inclusive das autoridades, como relatam os responsáveis.
AS SOLUÇÕES
O caso é grave e a solução, para nós, seria contratar uma empresa para demolição total e célere. Terreno baldio não atrai saqueadores. E aí sim cercar. Sempre lembrando que o proprietário é o responsável. As autoridades cabem a fiscalização e manter a ordem pública, o local hoje é um Faixa de Gaza e está oferecendo perigo para a população e, principalmente, os moradores do local, vejam o link da matéria abaixo. Cercar e colocar vigilância armada. Com certeza sai mais caro. Mas são ossos do ofício de ter um imóvel daquele valor e que hoje se encontra naquele estado de abandono.
VEJAM O QUE DIZEM OS ADMINISTRADORES DO IMÓVEL
Prezado Sr. Mauro, boa tarde!
Conforme nossa conversa por telefone, segue abaixo um breve relato das situações com as quais estamos nos deparando com relação ao imóvel da antiga sede da Guaibacar.
Quando da desocupação do imóvel pelos antigos inquilinos, foi possível constatar avarias no imóvel, principalmente telhas soltas na cobertura do imóvel. A prefeitura comunicou-nos para proceder com a retirada das referidas telhas, pois representavam perigo aos transeuntes nas cercanias do imóvel. A retirada foi prontamente realizada.
Os proprietários contrataram segurança privada para vistoriar o imóvel e evitar atos de vandalismo, porém, mesmo com a vigilância armada, a invasão durante as madrugadas permaneceu, com saques e depredações de toda espécie. A quantidade de vândalos é tamanha que a vigilância privada nada pode contra a bandidagem. Tanto assim que na última ocorrência registrada, um dos invasores disse na frente dos policiais militares: – Vocês podem cercar, contratar de novo vigia, fazerem o que quiserem, mas nós vamos continuar entrando aqui até levarmos o último prego ou parafuso que nos interesse.
Assim, estando o imóvel desocupado, sem gerar receita, e diante dos altos custos da contratação do serviço de um serviço de vigilância que não evitava o vandalismo, os proprietários se viram obrigados a cancelar o serviço.
Desde então o imóvel continua sendo saqueado, e elementos de vários tipos tem sido roubado: janelas, portões, grades, inclusive os invasores estão quebrando paredes para localizar fios para saquear. Com isso o imóvel ficou ainda mais vulnerável a invasão de ladrões, usuários de drogas e marginais de toda ordem.
A Brigada Militar e o Município de Canoas vêm sendo avisados e notificados frequentemente pelos proprietários (diversas ocorrências já foram registradas). Porém a Brigada Militar alega que por se tratar de um imóvel privado, não pode zelar pela sua segurança, e a Prefeitura solicita o fechamento imediato do imóvel.
Está sendo orçado o fechamento do perímetro do terreno, porém fica a dúvida:
Será que estes novos materiais não serão alvo de novos saques?
Se os vândalos já levaram portões (inclusive lacrados com solda), grades, correntes, o que os impediria de levar os materiais do novo cercamento?
Para o cidadão que contribui e paga um altíssimo imposto territorial pela propriedade em função de sua localização, é muito pesado arcar com a despesa deste fechamento diante da certeza que nada será feito para conter novas invasões e roubos. A dura realidade é que não podemos contar com a proteção do estado. Nossos impostos não resultam em proteção para nós ou nosso patrimônio. A sensação é de impotência e abandono diante da audácia da bandidagem que conta com a mais absoluta impunidade.
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