Eu sou a florista, flores estou vendendo
Por | Marco Leite
Sou tipo Quintana, Patativa e Cora Coralina, como poeta, penso cidade de um jeito diferente…
…olho a cidade como anatomia de um corpo.
Penso em qualidade de vida, no caminhar agradável e, principalmente, prazeroso, odeio buracos pelas ruas da cidade. Penso fora da caixa, assim como alguns sonhadores que acreditam que podem mudar o mundo com suas atitudes e, realmente, podem mesmo. A vida é feita de vários pequenos passos.
Porque estou falando nisso?
É que tomo café no Cosmopolita quase todos os dias, é meu, digamos, cantinho do pensamento. Ali, começo a organizar meu dia, mas ele começa bem antes, como agora, pois já estou trabalhando desde às 4 horas da manhã. Em minha pausa, caminhando até o centro observo as mudanças da cidade de um dia para o outro, claro, que vejo muito abandono, mas existem coisas boas também, poucas, mas existem.
Por exemplo, na Praça da Bíblia existe um belo jardim suspenso, como debaixo ninguém vê, ele é super mal cuidado, mas a natureza encontra um jeito e em meio ao concreto nos apresenta um belo espetáculo.
Mas vamos voltar ao Cosmopolita e ao meu amigo Gilberto Manfroi, sempre perguntei para ele o que ele pretendia com um espaço, tipo uma vitrine, em seu estabelecimento. Pois bem, ele tempos atrás disse-me que ia colocar um florista ou uma florista no local, que sua filha Michele havia dado a ideia que ela tinha observado na Europa.
O Gilberto pensa a cidade mais humana, aguardem que vem projetos bons para a cidade, claro que se os políticos também pensarem fora da caixa. Mas o assunto são as flores da cidade, sabendo do fato fui ajudar o empresário a encontrar um profissional que se dispusesse a vender flores no local. Infelizmente descobri, que as pessoas estão presas na mesmice e não ousam pelo novo, estão tão robóticos que sofrem de complexo de Peter Pan se recusam a crescer. Não logrei êxito em meu intento de achar alguém.
Para minha alegria, dia desses, vi que o espaço estava ocupado, finalmente alguém que tem poesia na alma aceitou o convite do Cosmopolita e nasceu a Florista da Fioravante Milanez com a Victor Barreto. O abandono da Fioravante é gritante, para trocar um poste, que estava caindo, demoraram anos. A melhorias em torno do café foi o proprietário que fez, do outro lado da rua existe um camelódromo que nem um banheiro digno existe para os trabalhadores que pagam aluguel para trabalhar ali, ninguém pensa em dignidade, só no vil metal.
Mas a florista humanizou a Fioravante, finalmente, flores está vendendo. O espaço foi cedido gratuitamente pelo Gilberto, é isso mesmo, o custo para nossa florista é zero.
O nome dela é Lili da Flor do Dia, querem algo mais poético?
Tímida para falar, principalmente escrever, nossa florista não mandou o texto que pedi, sem problemas escrevo eu mesmo. Ela me relata que seu projeto vai além de vender flores, e diz: “é um conceito, muito maior que a simples venda de flores”.
E é exatamente esta a definição que deveríamos ter para nossa Aldeia, que cada tivesse o seu conceito de cidadania e fizesse sua parte. Vamos lançar ideias ao vento e que ele carregue semente e flores pelas ruas da cidade, que possamos sonhar sonhos que nunca sonhamos. Seria um despertar espiritual?
Talvez!
E se for, que apareçam florista por toda a cidade, sem o conceito do lucro, apenas trazer felicidade e uma cidade muito mais bela.
E Lili completa: “A Flor do Dia é um respiro. Um convite para uma conversa leve sobre plantas, flores e a passagem do tempo. Uma pausa para contemplar a simplicidade e a beleza do que é natural em meio a correria do dia a dia”.
Já dizia, Antônio Canabarro Trois (O Tonito):
“A cidade é sua casa pelo lado de fora, cuide dela, como se fosse sua morada”
PS: vá ali, compre flores e leve para quem você ama, de preferência vivas e replante a vida em sua existência.
SERVIÇO:
Horários: 8h30 às 12h de segunda a sábado.
Ou na Fioravante Milanez, 68, sala 803 até às 18h
Fone: 998106366