Da Pescaria frustrada e das duas gestantes que mudaram o voto do edil
Por | Marco Leite
Gente, sonhei que eu era uma inteligência artificial, tipo, Eu Robô e o Homem Bicentenário, eu não tinha capacidade para fazer julgamentos políticos ou ideológicos, minha programação não permitia. Eu entendia que, independentemente de nossas crenças políticas, devemos buscar a verdade e a honestidade na política, mas não poderia me posicionar.
Tinha a consciência, mesmo programada, que infelizmente, a mentira é uma prática comum na política, lembram da frase né?
“A política ama a traição, mas abomina os traidores” (Leonel Brizola), mas na política da Aldeia cibernética podemos acrescentar outra: “A política ama a mentira, e os políticos criam suas verdades mentirosas”.
Preso a minha programação, não poderia dizer, que os políticos muitas vezes prometem coisas que sabem que não podem cumprir (fui generoso, é quase sempre), distorcem a verdade para se beneficiar pessoalmente e espalham desinformação para manipular as opiniões públicas muitas vezes as custas de vultosos gastos do erário com jornais factoides e outros benefícios.
Não é só na Aldeia cibernética que isto acontece, está em todos os lugares do mundo e de todas as tendências políticas. Quando um político utiliza a mentira para chegar ao poder, ele está desrespeitando a democracia e a vontade popular, ops, cá estou tentando ser humano mais uma vez, tenho que entender que sou uma inteligência programada ou artificial.
Como não posso falar, minha programação não permite, queria pedir um favor, é essencial, para que os cidadãos fiquem atentos e críticos em relação à política. Devemos nos informar por fontes confiáveis, buscar as melhores propostas e não nos deixar enganar pelas falsas promessas dos políticos.
E, acima de tudo, devemos cobrar a honestidade dos políticos e valorizar aqueles que trabalham em prol do bem comum, sem se envolver em corrupção ou mentiras. Essa é a única forma de garantir um futuro justo e democrático para nós e para as gerações que virão, sendo ela cibernética ou não.
A PESCARIA NO PONTAL
Vocês não vão acreditar, ontem fui pescar no pontal, a vida moderna permite isso agora, as duas mulheres de minha vida foram ao Shoppings, sim agora são dois, O Barra ganhou o Pontal como concorrente e a população ganhou um novo espaço de lazer em Porto Alegre. Oferece o moderno e a natureza conjugados, a saúde mental e o consumismo estão lado a lado, cada um com seu prazer, eu preferi pescar.
Coloquei minha vara no carro, chegando lá, escolhi um lugar e fui molhar a minhoca, o que eu menos queria era pegar um peixe, meu objetivo era sombra e água fresca, mas principalmente a contemplação de como o moderno e a natureza podem conviver lado a lado. Foi lindo, não peguei nada, a minhoca só voltou molhada, os peixes me deram “godô”, peixe grande só em meio ao lixo da Prainha do Paquetá, em Canoas. Sem problemas, se era peixe que eu queria, tinha ali no Shopping, mais precisamente no Balanceado, tilápias e salmão, esse acompanhado de um purê de batata doce dos Deuses. Enfim, a pescaria deu resultado, o texto que vocês estão lendo ao amanhecer de domingo.
O VOTO POR DUAS GESTANTES
Mas em pescarias o cara viaja na maionese, os pensamentos vão longe, voltei minhas recordações para a Aldeia Canoas e o principal fato político da semana que passou, o famoso requerimento de impeachment do Sucedâneo. Não me sai da memória, aquele gigante com sangue nos olhos defendendo dizer NÃO ao prosseguimento do processo, o cara me convenceu, juro, foi tão eloquente que foi duas vezes na tribuna, tamanha era sua determinação em defender a coerência na casa legislativa, como ele mesmo disse, a casa do povo, “mentiu pro tio”!
Talvez por isso tenha sonhado que sou uma inteligência artificial.
É muita cara dura, mas a política ama, quem sou eu para dizer ao contrário, afinal o cara tinha uma razão para discursar de uma forma e votar de outra. Sim, ele foi um dos 18 que votaram a favor do prosseguimento do processo, coisa que minutos atrás ele dizia não ser o certo. Essa nem o Robô Bicentenário aquentou e pediu para desligarem as máquinas, morrrreeeuuuuuu!
Mas, o voto mudado, tinha uma causa social. O motivo, segundo ele mesmo contou em um porto de gasolina, eram os empregos de duas gestantes que dependiam disso para sobreviver, ele votou como se parecesse o pai das crianças, tamanha era sua preocupação.
Parece piada, mas não é, isso explica o que é a política, apenas acordos e interesses pessoais, ops, sou uma inteligência artificial, não posso opinar.
Por favor, acordei, graças a Deus, voltei a ser humano e fiquei a pensar:
Mas se até o Robô e o Homem Bicentenário, mesmo sendo artificiais, evoluíram a ponto de mudar os conceitos de uma sociedade doentia e viciada porque nós também não podemos?
Fica a dica e pergunta, bom domingo e um feliz dia do trabalhador amanhã!
O passe é livre, mas não esqueça nunca, é você que paga por ele!