CAFÉ COM O ALDEIA | Coronel Pacheco, o negociador
Por | Marco Leite
Hoje tivemos o prazer de tomar Café com o Aldeia com um personagem da história policial do Rio Grande do Sul, o Coronel Rodolfo Pacheco, para quem não conhece, ele é o famoso “Negociador” do caso “Melara” e dos “Duques” da Febem, esse em 1999, conhecido como o cárcere de maior duração da história do Estado.
Entre uma “meiota” (meia taça de café preto do Cosmopolita) e outra, o Coronel Pacheco nos lembra, que na vida real não existem dublês, efeitos especiais ou refilmagens de cenas, principalmente, não existem balas de festim.
Para Pacheco, negociar com facínoras e proteger a população é ultrapassar o cordão de isolamento e fazer o diálogo tentando preservar a vida dos reféns. Essa ultrapassagem é a tarefa do “Negociador”, coisa que o Coronel fez durante grande parte de sua jornada na Brigada Militar, foram mais de 20 negociações, estes fatos e outros estão em um livro, que gentilmente nos foi ofertado. A obra intitulada “Os Negociadores de Reféns”, revela os bastidores e detalhes das megaoperações e suas táticas de convencimento. Um verdadeiro jogo de xadrez com criminosos dispostos a tudo e prontos para dar um xeque-mate nos policiais, culminando assim com vítimas inocentes. Aos negociadores cabe a missão da preservação de vidas. É uma obra que certamente iremos ler e conhecer um pouco desta arriscada missão.
UM POUCO MAIS DO CORONEL PACHECO
Para quem não sabe, Pacheco é canoense, nascido e criado, como se diz popularmente, a 63 anos em Canoas. Ingressou na Brigada Militar em 1878, depois de 35 anos de efetivo serviço foi para a reserva como Coronel. Em sua jornada, foi o Comandante da BM em canoas, 15° BPM, durante cinco anos, o Comandante que mais tempo comandou na história do 15° BPM, desde 2004 a 2009. Após sua aposentadoria, foi Secretário da Defesa Civil, durante os três primeiros anos no segundo mandato de Jairo Jorge e quatro anos do Prefeito Busato.
FIZEMOS ALGUMAS PERGUNTA AO POLICIAL MILITAR
O Sr. Passou pelos governos Jairo e Busato, como está vendo o momento político da Aldeia e a segurança na cidade? Pois é nítido que temos um confronto de facções em Canoas e a população tem sofrido com isso.
Momento político atual, vejo com muita tristeza para o cidadão Canoense, pois como em uma guerra, ao final não tem vencedor, todos saem perdendo. As forças políticas fazem esforços para disputas pessoais e não para a comunidade, que sofrem as consequências dessas rixas políticas.
Com relação à Segurança Pública, sempre me posicionei, que quem conhece o problema do bairro é seu morador. Temos que ter amplo contato com eles e a facilitação desses contatos, no mínimo, com as associações comunitárias com frequência usando o canal da confiabilidade e do não vazamento de informações recebidas. Pois, só assim as receberemos, pois quem as fornecem continuam a morar no local. E quem dará a segurança para ele e seus familiares? Para que isso ocorra, o cidadão não o fará para profissionais desconhecidos e que após ocuparem seus cargos, se afastam dos munícipes. Ações integradas em locais e horários específicos devidamente mapeados. O crime anda de rodas e normalmente saem de locais de risco. Operações com início à tarde, normalmente é bem visível, mas pouco eficaz.
Quais são seus planos para o futuro? O senhor se afastou da Política?
Com relação à política, ocorreu um breve afastamento, mas a pretensão é retornar, pois se queremos mudanças, não podemos nos omitir e principalmente para que elas ocorram, ter que ser de dentro para fora, pois, o sistema é muito forte, vicioso e dependente, ou seja, normalmente as pessoas necessitam desses cargos.