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Me elegi junto, mas, eu não sabia

Por | Marco Leite

Durante anos no jornal O Timoneiro e na Folha de Canoas, tive a oportunidade de cobrir notícia policiais, vi de tudo, principalmente desculpas esfarrapadas para fugir de crimes contra o patrimônio. Situação parecida com a que vejo muito na política, para chegar ao poder os senhores, ditos, homens públicos fecham acordos de todos tipos, são coniventes com qualquer situação e quando caem no flagrante delito declaram sonoramente, “EU NÃO SABIA”!

Em casos policiais, os bandidos têm mais respeito com os companheiros do que na política, o código de honra não permite a traição, tão comum entre os cidadãos de bem na realidade politizada. A alegação de, que não sabia de um ato ilícito pode ser considerada como uma forma de ocultação ou de conivência com tal ato, o que pode ser considerado como crime.

O que mais se ouviu na Aldeia no último ano foi o, famoso, eu não sabia, fugir da responsabilidade e do conhecimento do ilícito foi o fato mais marcante. A cidade teve um Prefeito Afastado por supostos atos de corrupção e que o sucedeu fugiu de todas as responsabilidades, fatos foram surgindo durante o período de afastamento e da interinidade de quem o sucedeu. A cidade parou para ver e ouvir a transferência de culpabilidade dos atos que estavam sendo ou foram praticados.

Quase ficamos às escuras por atos irregulares, mas quem estava na pasta não sabia, passaram seis meses dando desculpas e as luzes apagando pela cidade, foi preciso um Paladino denunciar o fato as redes de televisão, só assim se passou a saber das coisas. Como, lâmpadas duplicadas e colocadas em postes fantasmas. Com a cidade no breu, finalmente, quem deveria saber abriu os olhos e viu a escuridão total da cidade do eu não sabia.

Mais um exemplo, as compras dos testes de vacina para a cidade, mesmo o Estado fornecendo de graça, era impossível alguém do governo não saber, se até eu sabia e denunciava.

A mesma pessoa que chamava o atual prefeito de quadrilheiro antes de se coligar com ele, passou a não saber mais disso e, por fim se elegeu junto e começou a desconhecer os fatos e movimentações da cidade. Seria então uma figura decorativa, que nada sabia?

Como não se pode provar que a pessoa não tinha conhecimento do ilícito e, portanto, não pode ser responsabilizada por sua ocorrência. Isso facilita o eu não sabia, tão falado no ano de 2022/2023. Não saber, principalmente, resolver problemas de nossa cidade era uma certeza, todos viram e sabiam do fato.

Realmente a cidade parou no eu não sabia, documentos foram assinado sem saber, compras de itens absurdos só não foram realizados por que alguém ficou sabendo e denunciou, não fosse isso, copos chiques e estátuas sacras estariam sendo pagas com o seu imposto, mas era só dizer que não sabia e estaria tudo bem.

Vivemos na cidade das desculpas esfarrapadas, na guerra dos números das despesas, das discussões em programas de TV, lavam a roupa suja ao vivo e a cores, não se importam mais com a população, apenas com seus egos, sabem nada os inocentes ou sabem demais um do outro que não podem jogar um contra o outro, é mais fácil dizer que não sabia.

É por não saber, por tirar o corpo fora que estamos nessa situação de calamidade pública, o município deve para tudo e todos, mas eles não sabiam. Agora estão aventando a possibilidade, até, de intervenção estadual na saúde, podem procurar nos noticiosos, mas eles fingem não saber da situação.

Agora, por ninguém saber nada, teremos um processo de impeachment contra quem de nada sabia. Até a Liga da Justiça já foi chamada, mas parece que também nada sabiam, afinal estavam todos no mesmo governo anteriormente.

Nada cidade onde ninguém sabe, ninguém, também, nada fez!

DE UM LEITOR ATENTO DA ALDEIA

Meu Amigo !!!

O “sistema” que outrora era “corporativo” hoje é Corporativo Criminoso.

E não estou dizendo apenas com referência para nossa ALDEIA – ou Província.

Digo de forma geral e generalizada. O ser humano, desfocado de mais humano ser, tem se superado na inversão de valores e busca desenfreada do “poder pelo poder” – ignorando, que o verdadeiro poder é o poder de ser, ser pelo poder de comandar a si mesmo, como mestre do seu “eu”.

Esta pendenga de Canoas – que se arrasta, faz lembrar bem do velho dito:

Na briga entre o mar e o rochedo, é o marisco que apanha.

Aliás, sou muito adepto dos ditos populares, até mesmo porque, Vox Populi, Vox Dei – Voz do Povo, Voz de Deus.

Tenho acompanhado – de forma geral, claro com mais foco no nosso espaço de Canoas, vejo a população, comunidade, pagando por quem ultrapassou o limite da irresponsabilidade.

As vezes penso e, ao pensar, lembro de Cazuza, Raul e outros que tão simples, mas filosofaram e sentenciaram frases lapidares.

De qualquer sorte, precisamos crer, acreditar num futuro alvissareiro.

E isto, me faz lembrar de um outro dizer, que com ele encerro meu dizer para o nobre amigo:

Existia um Trabalho/posicionamento e atitude, que deve(ria) se fazer…

TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM.

QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fêz.

ALGUÉM zangou-se porque era um trabalho de TODO MUNDO.

TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo.

E eu vos digo, numa redundância explicita:

Estamos como estamos, porque Somos Como Somos!

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