O TRI QUE EU VI, MESSI ADENTROU AO OLIMPO
Por | Marco Leite
Lembro como se fosse hoje, a copa em que o Brasil foi roubado em 1978, quem lembra os 6 a 0 da Argentina no Peru?
Em lembro bem, o goleiro do time peruano era um tal de Ramon Quiroga, por coincidência argentino e deixou entrar um saco de gols, deixando o Brasil de fora da final. O resultado do jogo mandou o Brasil para a decisão de 3º lugar, que venceria da Itália por 2–1. A final foi decidida no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires.
A Argentina acabou por vencer os Países Baixos (Holanda) por 3–1 na prorrogação e conquistou seu primeiro título mundial. Nada disso tira os méritos do inigualável Mário Kempes, ele fez dois gols na decisão. Os Holandeses ainda eram os revolucionários do futebol e tiveram uma segunda chance de ser campeões, mas mais uma vez fracassaram.
A decisão lotou o Estádio Monumental de Nuñez em 25 de junho, em mais um tango que foi travado no primeiro título do Hermanos, eles são mestres nas vitórias seguidas de grande esforço, garra e principalmente de sofrimento. Enfim, aos 37 minutos do primeiro tempo, Kempes driblou a defesa e fez o primeiro gol da Argentina. De cabeça, Nanniga empatou o jogo aos 37 do segundo tempo. Então tivemos a prorrogação, Kempes marcou o segundo para a Argentina e Bertoni fechou o placar em 3 x 1, dando o primeiro título de campeã à Argentina. Lembro de um fantástico meio campista chamado Ardiles, jogava no meio campo, com a camisa número 1. Outra lembrança desta copa, foram os fantásticos gols de Nelinho, ele fez dois, um mais bonito que o outro.
O SEGUNDO TÍTULO
Aí vamos lembrar de encanto, de luta e de justiça, os Deuses do futebol amavam Dieguito Maradona, o cara era mágico. De tão encantador e líder quase separou Napoli da Itália, isso foi em 1990. Mas o show de Dieguito foi em 1986, onde ele conquistou o mundo e se tornou um Deus na Argentina. Dos problemas de Maradona não vamos falar, vamos falar do mágico futebolista que sempre foi comparado a Pelé, o maior de todos.
Vamos falar da final contra a Alemanha, com gols de Brown, Valdano e Burruchaga para Argentina. Para os alemães Rummenigge e Völler, que saíram perdendo de 2 a 0 e foram buscar no segundo tempo, muito parecido com a final de hoje, e na prorrogação a Argentina foi recompensada pela sua garra, sob o comando de Dieguito.
Essa copa, foi algo marcante, temos a “mão de Deus” e um gol antológico contra a Inglaterra, o baixinho entroncado simplesmente driblou todo mundo e entrou com bola e tudo. Golaço! Gol do Século! O gol mais bonito da história das Copas do Mundo. FOI DE ARREPIAR!
Foi nessa copa que minha televisão a válvula faleceu, ela não suportou o título de nossos rivais e se entregou. Graças a Deus, mesmo torcendo contra, eu apostei que a Argentina venceria por 3 a 2, ganhei sozinho a aposta e consegui comprar uma televisão novinha e com tecnologia melhor que as válvulas.
E FINALMENTE MESSI
Hoje, pela primeira vez em minha vida, torci por Messi.
Não gosto de Argentino, sou de Uruguaiana, quando eles venciam a gente atravessavam a ponte da fronteira para nos gozar, eles são arrogantes.
Mas Messi é diferente, é humilde, calado e craque.
Mas nessa copa ele já está Maradoniando, tudo bem, o Messi pode. O cara é mágico, já faz tempo que o cara é melhor jogador do mundo, mas não tinha a copa, ia passar em branco. Mas não, como um bom Argentino, ele quis compor o último tango de Messi. O cara fez de tudo nessa copa, simplesmente não tomou conhecimento das outras estrelas.
E chegou, demorou, a uma simbiose com os apaixonados Argentinos, que torcida, tenho inveja deles. Os caras invadiram o Brasil em 2014 e levaram a equipe ao vice-campeonato. E agora, atravessaram o mundo com a certeza do título. O Brasil, o grande rival, fracassou e nos restou torcer por eles, chega de europeizar a Copa do Mundo. Aqui na América do Sul são apenas três gigantes, Brasil, Uruguai e Argentina para enfrentar o restante do mundo, leia-se Europa.
E que final tchê!
Talvez a melhor da história, dois gols de Messi, um de Di Maria (outro monstro), contra o menino prodígio da França, o Tartaruga Ninja Mbappé que foi um monstro com três gols para sua equipe. Mas a Argentina tinha um outro mágico, o goleiro Emiliano Martínez, o Dibu, um debochado, comemorou o título colocando o troféu em frente de suas partes íntimas. O cara simplesmente levou a Argentina para a final, na final fez um milagre nos últimos segundos da prorrogação e pegou um dos pênaltis na disputa final, esse é outro que virou um Deus na Argentina.
Mas o bom velhinho, Messi, roubou a cena no Catar e foi catapultado para o olimpo dos Deuses do Futebol!