O que a carochinha não te conta, despejo público

Por | Marco Leite

Você sabia que galinha dos ovos de ouro foi parar no pé de feijão, o gigante acabou virando o monstro do Lago Ness e, até, a Chapeuzinho Vermelho deu uma passadinha na história dos três porquinhos…

…são tantos contos distorcidos, como por exemplo, você sabia que a Prefeitura tem um prédio próprio? Lá existiam muitas secretarias e que estão ou foram desativadas, o imóvel fica na Frei Orlando esquina com 15 de Janeiro, anexo ao Banco do Brasil. Realmente é um prédio para chamar de seu.

A única secretaria que ocupa o amplo lugar é a de Esporte e Lazer, ela também está de muda, a última das Moicanas, se isso acontecer o prédio ficará totalmente vazio e sem uso público, um grande patrimônio no centro ficará as moscas.

Vejam bem, é um prédio de três amplos andares e são de propriedade da Prefeitura Municipal de Canoas, o lugar teria espaço suficiente para abrigar qualquer secretaria de Canoas. O abandono é total, faltam reformas, o 3° e o 5° já estão abandonados há anos, o estado é tão precário que só poderiam se novamente ocupados após uma rigorosa reforma, mas mesmo assim seria uma economia para município, que costuma jogar dinheiro em tudo, menos investir em estrutura funcional. Quem necessita de serviço público precisa peregrinar pelos quatros quadrantes da cidade, tamanha é a distância de uma secretaria para outra, tem de fazer isso. Pode ter certeza, você irá fazer uma maratona e gastar a sola do sapato, recomendo tênis, pois, será muito cansativo.

Mas vamos voltar ao prédio, o andar (4º) que ainda funcionava, era ocupado pela SMEL, ECOM, SAC e MOBILIZAÇÃO, toda essa gente amontoada em um só local, sendo que existem mais dois disponíveis, mas melhor deixa sucatear, né? Mais abaixo explico a razão.

O motivo, segundo alguns funcionários de carreira, da atual da saída de todos do prédio é a falta de manutenção dos ares-condicionados. Imaginem a sofrência dessa gente toda com esse calor sem uma ventilação, quem conhece o local sabe o que falo, não cabe tanta gente em um só andar, com o calor já teve funcionário passando mal.

É o total descaso público com seu patrimônio e com seus servidores, preferem abandonar um prédio próprio e sair gastando com aluguéis altíssimos, deixando de investir e reformar o que é nosso, vejam matéria links de matérias abaixo.

Conforme disse acima vou explicar, cerca de 200 metros dali, existe um prédio inteiro alugado, na Cândido Machado com a Ipiranga, em frente do Paço Municipal. O imóvel tem sete (7) andares e foi totalmente reformado para só a Prefeitura ocupar, incrível, reformam a propriedade dos outros, mas não reformam a sua. Pagam duas vezes, a reforma e o aluguel.

Isso ocorre por toda a cidade, tem que apoiar os apoiadores né? É o tal do ônus, seguido do bônus.

O exemplo do prédio azul, é apenas um dos aluguéis, temos muito espalhados pela cidade, mais da metade deles é de um único dono, deve ser só coincidência ou preço de ocasião. Capaz que um governo vá favorecer alguém com isso, estamos em tempos de legalidade, então é bom ver isso. Depois não adianta dizer que não sabia, se não sabe estamos avisando.

Estamos cansados dos contos da Carochinha.

O Descuido com o Paço Municipal também é grande, lixo com o próprio jornal da Prefeitura e esgoto correndo ao lado do prédio em anexo.

UM AVIÃO ABANDONADO

Um dia, quando o céu ajuda, até o avião deve querer quebrar o cimento que lhe sustenta (ou seria prender) e sair voando por aí. Mas não, o tadinho está encostado no INSS.

O F8 Gloster Meteor, de fabricação inglesa, foi o primeiro avião a jato do Brasil, chegava a 960 km/h. O monumento, que se tornou um grande símbolo municipal, até pela sua localização, na BR 116, foi uma jogada de “lobby” da Fab, que com a doação do avião à administração de Hugo Lagranha, com o mote de relevar a importância da Base aérea para a cidade, com isso recebeu diversos benefícios.

Impressiona, também, a boa ideia da bandeira a 35 metros do solo e permanentemente hasteada, aliás, ela saiu para passear, já faz mais de mês que sumiu, desde nossas denúncias que estava esfarrapada, nem para a bandeira tem mais dinheiro.

Outro detalhe pouco conhecido, é que a data da fundação da praça é de 10 anos antes da chegada do avião, em 1958, quando chamou-se praça La Salle, pois foi iniciativa desta irmandade.

A data de uma foto para outra é quase onze anos e o abandono é visível, vejam os detalhes abaixo, os adesivos históricos já sumiram, a falta de manutenção e o tempo tem judiado muito do “Velho Gloster”.

O nosso maior símbolo merecia uma atenção urgente, é até uma questão de segurança, daqui a pouco despenca uma parte dele em cima de um transeunte. Tenho certeza que uma reforma estrutural, colocar novos adesivos devem ser mais baratos que as estátuas sacras e os copos tipos Stanley que queriam comprar. Poderiam pedir até para as forças armadas ajudarem, certamente que eles fariam gratuitamente para o poder público canoense.

Fica a ideia, nosso aniversário se aproxima, um avião reformado seria um belo presente para a cidade.