Saúde pública canoense
O sistema de saúde pública canoense oferece atendimentos para aproximadamente 350 mil habitantes, além dos mais de 150 municípios que são referenciados em diversas especialidades até as nossas unidades de saúde. Porém, inúmeras razões e impasses fazem com que o sistema não seja tão eficiente quanto poderia ser. Ausência de receita para o setor, elevado custo de aquisição e manutenção de equipamentos e medicamentos, os pontos de pressão sobre o sistema de saúde pública canoense são muitos.
Listo alguns problemas observados e possíveis soluções para o atendimento básico de saúde:
Diminuir os atendimentos nas portas de atendimentos de urgências e emergências
A atenção primária, também chamada de prioritária é o atendimento fundamental para reduzir a pressão sobre os serviços de urgências e emergências na rede pública, o atendimento emergencial têm um grau de dificuldade intermediário em relação ao acesso do serviço.
Criar uma cultura de prevenção pode evitar a pressão sobre esse tipo de atendimento.
Programas de acompanhamento psicossocial e entrega de medicamentos em casa, mutirões de vacinação, orientações para prevenção de doenças, programas de saúde da família entre outros diminuem drasticamente a busca por atendimento emergencial. O usuário precisa acessar os seus agendamentos, atendimentos, medicamentos e exames realizados pelos estabelecimentos de saúde da rede pública, agilizando as ações de prevenção e promoção de saúde na atenção primária.
Otimizar a produtividade
A remuneração inferior à da rede privada, os constantes atrasos salariais e contínuos calotes nas verbas rescisórias afastam os profissionais de excelência da saúde pública canoense associado a falta de incentivos que estimulem sua participação ativa acaba desinteressando os colaboradores.
Algumas medidas podem ser tomadas para melhorar a produtividade dos profissionais da saúde dentre elas: promover treinamentos para os novos colaboradores ou fornecer aos profissionais capacitações e palestras para mantê-los atualizados sobre as inovações na área. Estabelecer metas qualitativas e quantitativas em conjunto com a equipe é um passo para estimular o trabalho dos responsáveis e formar mais produtividade. Assim como gratificações por desempenho com base nos resultados obtidos.
Reduzir as deficiências das unidades
A falta de medicamentos nas unidades públicas de saúde está mais relacionada a falha na gestão do que na ausência de recursos. As falhas no controle de medicamentos são constantes e assustadoras. Na maioria das instituições públicas o controle sobre a entrada e saída de remédios é realizada sem sistemas de gerenciamento sobre a área administrativa. Sem falar que a gestão de custos costuma ser feita por profissionais sem formação na área financeira ou contábil com a finalidade de baratear os custos.
A solução neste caso é o responsável pela saúde pública do município indicar gestores com experiência não somente na área da saúde, mas também em gestão. Acompanhando e cobrando os resultados efetivos, com o cumprimento das metas estabelecidas. Todas unidades devem ser gerenciadas e informações como infraestrutura, dados e histórico de pacientes devem ser cruzadas para obtermos uma maior eficiência na cobertura das necessidades e particularidades de cada estabelecimento de saúde pública.
Diminuir a espera na recepção
Muitos usuários do sistema de saúde pública canoense aguardam na fila do SUS para a marcação de uma consulta, realização de algum procedimento ou possuem um familiar nessa situação. O tempo de espera médio ultrapassa 6 meses. Apenas uma pequena parcela da população consegue ser atendida em menos de um mês.
A informatização da rede para um sistema de gestão hospitalar é uma boa solução para esse problema. A coleta de dados por meio de prontuários eletrônicos reduz o consumo de materiais de escritório e aumenta a velocidade do atendimento, além de diminuir a chance de erros. Essa ficha informatizada disponibiliza aos profissionais a consulta dos exames, diagnósticos, internações e dados que ajudam em futuros tratamentos com a possibilidade de serem acessadas em qualquer lugar.
Sendo assim acredito que a saúde pública é composta por vários setores que formam um grande complexo de atendimentos e serviços. Cabendo aos gestores municipais os ajustes dos recursos provenientes dessa produção conforme a demanda de pacientes.
As ação em saúde devem atingir toda a população e precisam ser fundamentadas nos princípios éticos e morais, onde o atendimento deve ser igualitário e justo.
Enfermeiro e professor Marcelo Feltrin