Aumenta número de casos confirmados de Covid-19 em crianças
Uma tendência nacional tem sido observada em Canoas: o crescimento de casos confirmados de Covid-19 em crianças. Diante do novo cenário, reflexo do aumento da contaminação por coronavírus na população em geral, a orientação é para que os pais e responsáveis intensifiquem os cuidados de prevenção também junto ao público infantil.
Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), foram 575 casos confirmados de Covid-19 na população de 0 a 12 anos, em 2020, uma média mensal de 57,5. Em 2021, o número já chega a 365, em menos de três meses, média de 121,66. “Os dados demonstram, de forma clara e preocupante, que as crianças, além de ficarem expostas ao coronavírus, também estão adoecendo”, ressalta o secretário municipal da Saúde, Maicon Lemos.
Outro dado que serve de alerta é o aumento expressivo das internações. Nesta semana, nove pacientes pediátricos estavam internados no Hospital Universitário de Canoas com suspeita de Covid, aguardando os resultados dos exames, dois deles na UTI Pediátrica.
Como proteger as crianças
Com medidas simples, mas eficazes, é possível manter o coronavírus longe das crianças. Os cuidados são basicamente os mesmos indicados para adultos: higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel, distanciamento físico, uso de máscara e não compartilhamento de objetos de uso pessoal, como copos e talheres. Também é necessário manter os ambientes sempre arejados.
Além de evitar a Covid-19, essas medidas ajudam a prevenir outros quadros virais comuns entre as crianças, alerta a pediatra Adriana Becker, do Hospital Universitário de Canoas. “É importante que esse aprendizado fique para sempre”, afirma. A médica destaca que a maioria dos casos de contaminação ocorre no ambiente domiciliar e, por isso, a recomendação é para que se evite o contato com familiares e pessoas próximas que apresentem sintomas. O ideal é que o paciente fique em isolamento, para evitar o contágio de outros membros da família.
Mesmo que não seja uma tarefa fácil, os pais e responsáveis devem orientar as crianças sobre o uso da máscara, que deve ocorrer conforme a faixa etária. Até os cinco anos, a máscara não é recomendada, devido à falta de autonomia necessária para o uso adequado. Entre os 6 e 11 anos, a utilização deve levar em consideração fatores como a intensidade da transmissão na área em que a criança vive, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Já as crianças e adolescentes com 12 anos ou mais devem seguir as mesmas orientações aplicadas aos adultos.
É importante que os pais e responsáveis mantenham em dia a carteira de vacinação das crianças e adolescentes. Embora a campanha de vacinação contra a Covid-19 não contemple a população abaixo de 18 anos, o Plano Nacional de Imunização abrange uma série de outras doenças graves, como a meningite, que causam mortalidade maior em crianças. “A repercussão sobre o coronavírus é maior neste momento, mas não podemos esquecer das outras doenças que são preveníveis por meio da vacinação”, salienta a pediatra.
Quando procurar os serviços de saúde
A maioria das crianças infectadas pelo coronavírus é assintomática ou apresenta sintomas leves. As manifestações da doença são semelhantes às registradas em adultos, entre elas: febre, tosse e dificuldade para respirar.
Se a criança teve contato com um paciente que testou positivo, mas não apresenta sintomas, não é necessário procurar imediatamente os serviços de saúde. Em caso de febre alta persistente, falta de ar e dificuldade de respirar, a recomendação é buscar atendimento médico.
Entre os sinais que devem ser observados estão dor abdominal, vômito, diarreia, olhos vermelhos, sangramentos e alterações na urina, que podem indicar a ocorrência de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, quadro que pode acometer a população de zero a 19 anos que teve Covid-19, inclusive aqueles já curados. Essa resposta inflamatória pode levar à internação em unidades de terapia intensiva e, em casos mais graves, a óbito.
Onde buscar atendimento
Para pacientes pediátricos sintomáticos de Covid, a orientação é para que a população procure a UPA Boqueirão, no bairro Guajuviras, ou o Pronto Atendimento Pediátrico do Hospital Universitário. Em situações menos graves, o aconselhado é buscar as unidades básicas de saúde (UBSs) e as clínicas de saúde da família de referência do seu domicílio e cadastro.
Escritório de Comunicação – PMC