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O Cachorro Mordedor

Por | Marco Leite

Acordei em um domingo chuvoso, um lindo dia para ficar em casa, né?

Recordações, estou exatamente um ano e dois dias convivendo em um novo momento mundial, mas em Canoas começou no dia 18 de março de 2020. Resta-me recordar na clausura, então vamos falar da neve, do picumã e do cachorro mordedor.

Cheguei a Canoas, no dia 1º de janeiro de 1978, há 43 anos me tornei um cidadão da cidade, neste mesmo ano nevou, não era bem uma neve, mais parecia um picumã branco. Fiquei encantado, afinal estava no sétimo andar de um prédio, o Damaso Rocha, nunca tinha andado de elevador e nunca havia subido tão alto, vi aquela “neve” caindo sobre a Fioravante Milanez e 15 de Janeiro.

Foi a primeira e única vez que vi neve em minha vida, já fui a Gramado e Canela no inverno, mas nunca dei a sorte de ver neve. Porque estou falando isso?

Talvez seja saudade de uma cidade mais humana, eu vi Canoas construir os trilhos da Trensurb, para mim a maior inovação em nosso transporte até hoje. Vi o Capão dos Padres virar parque e, confesso que ele era bem mais legal quando era proibido para nós os guris arteiros da cidade. Vi destruírem um de nossos principais monumentos, a Casa do Mathias Velho, onde hoje é o Shopping Canoas. Eu vi as pessoas morando em taperas nos bairros mais carentes e com o esgoto aberto em frente à suas casas. Eu vi a maior favela urbana plana do Brasil se dividir em duas com a invasão do Guajuviras, sim mais da metade da Mathias Velho foi morar do outro lado da cidade.

Eu trabalhei em todos os meios de comunicação de Canoas, ajudei a fazer o livro da nossa Lei Orgânica e acompanhei vários mandatários de nossa Aldeia.

Canoas cresceu demais, hoje é outra cidade, não julgo se é mais humana ou não. Mas a cidade melhorou as pessoas já não sei, eu sei de mim, que passei poucas e boas e acho que me tornei um ser humano melhor.

Vi passarem por Canoas, várias matilhas de cachorros mordedores, eles chegam, roubam nosso osso e vão embora e quando retornam ou reaparecem novamente voltam com sarna e sem o osso. Esses tipos eu vi vários, se fazem de bonzinhos, mas não são.

O mundo, não em sua maioria, é mau e se acha esperto, de pessoas deslumbradas e disseminadas para conseguirem seus objetivos, o cachorro mordedor não é diferente, ele é tão auto-suficiente que se olha no espelho e vê sua imagem má e fala do outro.

Como a neve que vi apenas uma vez, estamos vivendo em uma nova época, a do Covid-19, onde a população está em prisão domiciliar e os ladrões que deveriam estar presos estão soltos por aí se oferecendo como salvadores da pátria.

Ontem, já tarde da noite, estava conversando com um amigo do alto escalão do governo da cidade e o rapaz chorou, assim como eu ele sabe que as coisas vão piorar e ele terá que ser o agente das resoluções que cabe a equipe que está cuidando da crise.

Todos nós deveríamos estar unidos em ajudar e a solução é simples, NÃO SAIAM DE SUAS CASAS. Estou em prisão domiciliar e com uma criança sem paciência querendo sair, mas não pode. Sei que não vai ser fácil, mas os agentes e autoridades têm que sair, por esses e todos os profissionais que estão trabalhando para manter vidas e fazer a comunidade funcionar devemos orar e agradecer.

Mas cuidem, existe uma matilha de cachorros mordedores e em pele de bonzinhos querendo apenas levar nosso osso e eles são como a neve de 1978, que chegou como um picumã e sumiu.

Da neve tenho saudade, do cachorro mordedor de osso quero distância.

Um domingo e uma ótima semana para todos, e FIQUEM EM CASA, é um bom momento para acertar a família e refletir sobra à vida.

PS: você pode estar achando que já leu esse texto, e deve ter lido mesmo, eu “roubartilhei” de um tal de Marco Leite, ele escreveu isso no dia 21/03/2020, um ano atrás.

A única diferença de lá pra cá. É que só mudaram os cachorros. E, infelizmente, não nevou em Canoas.

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