Hora da esperança
Por | Beth Colombo
Em Março de 2020, quando foi anunciada oficialmente a pandemia pela COVID 19, pensei que seria mais uma, pois em 2009 vivemos a pandemia “H1N1”, hoje considerada uma gripe. Logo estaríamos com tratamento reconhecido pela sociedade médica, ANVISA e demais Autoridades Sanitárias e a vida seguiria em sua trajetória normal.
Enganei-me feio, o mundo não encontrou o tratamento, especulações, disputas politizadas pelo assunto e pessoas morrendo.
Conclusão científica, combater com isolamento, distanciamento, máscara, lavar as mãos, álcool gel e vacina.
Fui levando minha vida observando as orientações, não escapei.
Nos dias de reclusão total, tentei não saber notícias sobre a pandemia, negava as mortes anunciadas, afinal, eu poderia ser a próxima.
Saí do isolamento com minhas sequelas, digo minhas porque cada infectado que sobrevive carrega as suas, duvidando da competência dos cientistas e laboratórios em desenvolverem vacinas suficientes para atender toda a humanidade.
Li, ouvi e vi as mais variadas opiniões, promessas e acompanhei os gráficos mostrando número de mortos, cada dia me parecia mais distante a chegada da tão esperada vacina.
Dia 18 de Janeiro de 2021, dia marcante, cinco pessoas próximo às 23 horas recebem a primeira dose no Rio Grande do Sul.
Eu que reagi de forma cética quanto a essa possibilidade, vi chegar no RS o que era promessa, em realidade.
Dia 31 de Março de 2021, às 9h30min, chegou a minha oportunidade de ser vacinada, meu ceticismo tornou-se emoção, naquela seringa, MLs de imunização, mas especialmente de esperança de que logo estaremos confraternizando com amigos e familiares.
A COVID 19 perderá seu poder sobre nós, seremos livres para andar, trabalhar, amar sem medo do pior inimigo dos últimos tempos: o contágio.
Para mim a hora da esperança chegou e desejo do fundo do coração, que chegue para todos e a emoção que senti, alcance a todos e assim estaremos plenos para festejar a Vida, sem medo de um abraço.
Funcionária Pública e professora