Segundas doses de vacinas não serão suficientes, saiba como proceder
Diante do atraso no envio de remessas pelo governo federal, Canoas começa a enfrentar um déficit de Coronavac para cobrir as segundas doses de quem já completou o intervalo de 28 dias entre as aplicações. Nesta sexta-feira (23), o município recebeu 1.440 doses do imunizante produzido pelo Instituto Butantan, quantidade insuficiente para atender a demanda.
O problema foi sinalizado ao governo do Estado, que já teria enviado ofício relatando a situação ao Ministério da Saúde. “Nas últimas semanas, recebemos um quantitativo menor de vacinas. Esse não é um problema apenas de Canoas, outros municípios também estão passando por isso neste momento”, afirma o secretário municipal da Saúde, Maicon Lemos.
Com a chegada do novo lote, a aplicação das segundas doses prossegue na segunda-feira (26), nas unidades básicas de saúde, das 8h às 12h, ou enquanto durarem as vacinas. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) orienta que as pessoas que não conseguirem realizar a segunda aplicação nos próximos dias devem aguardar a chegada de novo lote de vacinas e o chamamento, por meio dos canais oficiais de comunicação da Prefeitura, para comparecer às UBSs.
No caso da CoronaVac, a recomendação do Estado é de que a segunda aplicação ocorra em 28 dias. Já a Oxford/AstraZeneca deve ser aplicada em 12 semanas. Não é possível usar um tipo de imunizante na primeira dose e outro na segunda.
(Fonte Escritório de Comunicação PMC)
O QUE ACONTECE SE ATRASAR A SEGUNDA DOSE?
O importante saber que, mesmo atrasada, a segunda aplicação deve ser feita assim que possível.
O indivíduo não vai perder a imunidade constituída após a primeira dose. A segunda dose é um reforço, uma forma de estimular o corpo a produzir um número ainda maior de anticorpos.
O calendário de vacinação deve ser seguido de acordo com o imunizante utilizado. Ou seja, quem tomou a CoronaVac deve aguardar a segunda dose da mesma estar disponível e não tentar receber a vacina da AstraZeneca/Oxford, por exemplo.
ENTENDA MAIS
Nos casos da Coronavac e da AstraZeneca, se tomar somente uma dose vai ter um grau de imunidade, sim, mas inferior ao potencial máximo que cada um dos imunizantes oferece, o que não é o adequado.
Já foi aventada em outras ocasiões a intenção de governos em vacinar o máximo de pessoas com a primeira dose e atrasar a aplicação da segunda, algo que não foi discutido de forma definitiva em meio ao caos sanitário vivido pelo Brasil.
Volta e meia aparece esse assunto, de atrasar a segunda dose em relação ao protocolo que é indicado pelo fabricante. Não tem grande prejuízo. A pessoa não perde (a eficácia) da primeira dose. Quando tomar à segunda vai estar plenamente imunizada três semanas depois. Portanto, não tem prejuízo no resultado final atrasar a segunda dose.
ORIENTAÇÕES
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, também afirmou em entrevista concedida à GloboNews no início do mês que, mesmo em atraso, a indicação é para tomar o mais rápido possível. Dimas afirma que existem indicadores que apontam para a eficácia, mesmo com período maior entre as doses. “Se for em 30 dias, em 45, não importa. Não há prejuízo. O que não pode é não ter a segunda dose”, disse o responsável pelo instituto que produz e elabora estudos sobre a CoronaVac em São Paulo.