O pigmaleão e o carguismo
Por | Marco Leite
Sou um cara meio “démodé”, totalmente fora de moda meu cabelo era uma loucura, roqueiro e revolucionário, Usei calça com “nesga” e boca de sino, meu chinelo era o tamanco. Um contestador e feio pra burro, parecia o Odair José ou o Márcio Greyk, mas queria parecer o Robert Plante, vocalista da lendária Led Zeppelin. Sim, meu corte preferido era o “Pigmaleão”.
Este tipo de corte, durante um tempo caiu em desuso, mas parece estar voltando, aliás, na Aldeia tudo volta. Mas aqui na Aldeia temos de tudo, jornalistas que nunca, ou quase, exerceram a profissão. Mas são julgadores de como devemos nos expressar em nossas opiniões, donos da razão que são, bem coisa de políticos e senhores feudais, depois eu é que sou o “démodé”.
Mas na Aldeia, démodé que é, basta acertar o “pigmaleão” da madame, que os cargos aparecem como brotam as ervas daninhas nos passeios mal cuidados da cidade, se duvidam, olhem para os canteiros do calçadão e arredores. Por falta de cuidados, as flores que não foram baratas, estão sendo dominadas pelo inço nos jardins. Mas sem problemas, dinheiro não falta, tem até senador dando dinheiro para “BoingTeka”, isso que não iriam usar verbas públicas, mas bem que essa emenda é verba pública federal. Mas a cidade não tem problemas, as emendas podem ir para o supérfluo.
Mas vamos voltar ao “pigmaleão”, um corte démodé pode render muitos frutos e cargos, onde cabem vários apadrinhados, frutos de uma boa engenharia capilar.
Não se pode esperar algo diferente, os cargos preenchidos não são pela qualificação, com isso a qualidade do serviço público está deixando a desejar. O quesito que qualifica para um cargo é fazer parte, ou volume, em shows pirotécnicos e marqueteiros. São analfabetos de 150 votos e uma boa dose de puxa-saquismo em cargos que chegam até oito mil reais. É isso mesmo, se candidate, faça uma pequena votação e seu carguinho está garantido, a qualificação do serviço público não importa. Mas, tem é que dizer que o “pigmaleão” da madame está bonito, mesmo que isso seja uma mentira.
Chega, estou preguiçoso, hoje é domingo. Vou ouvir um Led Zeppelin, pois eu sempre sonhei em ter o “pigmaleão” do Robert Plant.