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Um câncer pode ser enfrentado na companhia de um anjo protetor

Hoje continuamos a saga do Diário Rosa da Bella Donna de Outubro. E o tema é a relação com a filha e de como estão enfrentando juntas essa fase.

Michele vai nos contar um pouco da relação com um anjo protetor. Nossa queria Malu e a mãe são uma só, estão em união total. Essa união é o AMOR e a CORAGEM.

Que sua leitura seja leve, reflexiva, pois estamos falando de amor a vida no Diário Rosa da Bella Donna de Outubro.

Por | Michelle Monfroi | Bella Donna de Outubro

A maternidade.

Ser mãe é o primeiro e mais profundo contato que tive com a minha alma. O corpo é sábio e nos prepara, dia a dia, durante 9 meses, para enfrentar o inesperado. E é a esse inesperado que chamamos de vida.

Ao parir, um ser passa a depender da gente. Uma vida, que é parte da gente, passa a viver ali do lado de fora do nosso corpo. Mas ainda assim, é como se aquele coração que bate ali fora, batesse ainda aqui dentro. Não sei se esta sensação passará algum dia. Acredito que não.

Os filhos crescem, viram adultos, mas pra nós pais, serão sempre apenas os nossos filhos.

A Malu é esperta como toda criança desta geração. Eles nascem sabendo coisas que até hoje eu não sei. A Malu é daquelas crianças curiosas.

Quando peguei o laudo com diagnóstico do câncer de mama nas mãos, imediatamente eu pensei: e a Malu?

Como fica uma criança, uma menina, com menos de 5 anos, sem a mãe? Será que uma mãe pode ser substituída? O que eu posso fazer por ela enquanto estou aqui?

Pensava na referência feminina para ela.

Conheço muitas mulheres que não tiveram a sorte de ter a mãe por perto durante a vida. Pensei nelas. Pensei em como, mesmo sem as mães, se tornaram mulheres admiráveis. Pensei na minha mãe, na importância fundamental que ela teve em diversos momentos da minha vida.

A primeira menstruação, o primeiro amor, a primeira decepção amorosa, a faculdade, o casamento. Será que ela vai casar? Qual vai ser a duvida profissional dela? Vai sofrer por algum menino? Ou menina? Vai se envolver em drogas? Quem vai dizer pra ela que ela é linda do jeito que ela é?

O que eu podia fazer? Não pensei em mais nada, além da verdade. Ela, no auge dos seus 4 anos e meio, merecia a verdade.

E foi através da verdade, com palavras lúdicas e adequadas a possibilidade de entendimento dela, que eu falei: Malu, a mamãe tem um dodói!

Ela arregalou os olhinhos curiosos e perguntou: Onde? eu não estou vendo!

Eu peguei a sua maõzinha pequenininha e coloquei no meio seio esquerdo. Fiz ela tocar no nódulo. Ela disse: é no coração, mamãe?

Aquilo me rasgou o coração. E eu disse: é pertinho, mas não é nele. Meu coração é onde tu mora, Malu. É nele que tu sempre vai morar.

Ela disse: se eu der um beijinho vai passar?

Eu chorei. Chorei com a delicadeza e a sensibilidade de uma pequena guerreira de 4 anos.

Contei que eu ia tomar remédios. Que estes remédios me deixariam muito cansada e que também fariam com que eu ficasse careca.

Careca como um bebê, igual a quando ela nasceu.

Ela disse: careca pra sempre?

No dia em que raspei os cabelos, ela chegou em casa, me olhou com olhinhos levemente assustados, deu uma risada sem graça e disse: tu tá careca! E aquela mesma mãozinha veio fazer carinho na minha careca.

Que delícia de carinho.

Meus olhos não aguentaram.

Chorei, como muitas noites eu chorei em silêncio, enquanto ela dormia  ao meu lado e dia pra eu segurar a sua mão. Eu chorei por ela. Todas as vezes em que chorei, foram por ela.

Ela, que lava minha cabeça no banho e diz que não tenho cabelos pra pentear. Ela que ama com seu jeitinho único de amar.

Comprei uma Barbie careca pra mim. E ela fala que agora tenho uma princesa igual a mim.

A Malu me mostrou um mundo mais rosa. Um mundo delicado. Ela me faz ter vontade de viver para ser para ela um força de vida. Uma mãe que vibra com ela.

Não é sobre ela cuidar de mim. Nunca coloquei este peso sobre ela. São os pais que devem cuidar dos filhos, pra sempre. Mas ela cuida de mim, naturalmente.

Faz comidinhas pra eu ficar forte. Faz carinho. Ela se tornou uma força que nem ela imagina que é. Ela é a força motriz da minha vida. E aprendi, que devo sempre fazer escolhas por mim. Pois toda vez que eu escolho por mim, que me sinto feliz e alegre, ela aprende em como fazer por ela e ser feliz e alegre.

E, ser mãe, é sobre isso: ensinar os filhos a serem… por eles, felizes e alegres.

A Malu tem uma história. A história dela. O que ela vai fazer com esta história do câncer e qual significado este câncer, que não é dela, vai ter na vidinha dela, é uma questão que só o tempo vai dizer.

Eu espero apenas que ela saiba que eu, sou feliz e que escolhi viver, por mim e também por ela. Por quanto tempo vamos viver a gente não sabe. E enquanto eu viver,  vou viver feliz e alegre.

VEJAM O PRIMEIRO CAPÍTULO DA BELLA DONNA ROSA DE OUTUBRO

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